segunda-feira, 6 de abril de 2015

Inadimplência do Pronaf no Amazonas é de 38,41%, e o Banco do Povo.......


Vou fazer uma conta simples: R$ 68 milhões divididos por R$ 15 mil (limite do crédito do "Banco do Povo") chegaríamos a 4.334 beneficiários. Só agricultores familiares no Amazonas temos algo em torno de 275 mil. Se esse crédito do "banco do povo" fosse todo direcionado ao setor primário teríamos menos de 2% atendidos. E tem mais, sem estrutura física da AFEAM em todos os 62 municípios é lógico que não chegará em todo o interior. É só constatar a dramática situação do crédito rural nos municípios para saber que "ações itinerantes" e nem "unidades-polo" historicamente não estão resolvendo os problemas no setor agropecuário do nosso estado. É lógico que essa nova linha de crédito da AFEAM, chamada de "banco do povo", vai beneficiar um certo público, mas nada que possa significar mudanças na economia do interior. A equipe do governador ainda cometeu um grande equívoco ao iniciar por municípios que já contam com o BB, CAIXA e BASA, que é o caso de Manacapuru. Deveriam começar pelos municípios mais distantes e que não contam com apoio de agentes financeiros que operam o PRONAF.
Pra comprovar o que estou afirmando, é só checar o slide apresentado pelo Banco do Brasil/Agência de Manacapuru durante o Seminário da OCB. Só em Manacapuru, a inadimplência do Pronaf, que tem juros menor do que o "banco do povo" é de 42,87%, enquanto a média nacional de 2,18%. A média no Amazonas é de 39,41%. Em vez de criar o  "banco do povo", o ideal seria o estado conhecer melhor os instrumentos do PRONAF e ajudar os produtores rurais a acessar o melhor crédito que existe no país onde, infelizmente, ocupamos um dos últimos lugares no acesso.

Slide apresentado pelo Banco do Brasil, agência de Manacapuru. Os assessores diretos do governador precisam fazer chegar essa informação ao professor José Melo. A inadimplência no Brasil é de apenas 2,18%, mas no Amazonas é de 39,41%

A linha de crédito da AFEAM chamada de "banco do povo" deveria
começar pelos municípios mais distantes e que não contam com o BB,
CAIXA e BASA. E sem "estrutura física" e com "unidades-polo" fica
evidente que jamais chegará aos 62 municípios. Agora, construir sede
da AFEAM em todos os 62 municípios, funcionando junto ao IDAM,
seria uma ação altamente positiva e com reflexos econômicos
saudáveis ao interior. 

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