quarta-feira, 5 de junho de 2013

Petrucio Magalhães faz balanço do cooperativismo amazonense

Foto: PRISCILLA Torres/Coopcom

Petrucio Magalhães concedeu entrevista para o jornal A Semente e falou sobre o cooperativismo
Petrucio Magalhães faz balanço do cooperativismo amazonense
Petrucio Pereira de Magalhães Júnior, Presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM concedeu entrevista ao jornal A Semente, Informativo da Associação dos Engenheiros Agrônomos (AEAEA) para falar sobre o papel do cooperativismo no Estado do Amazonas. Leia na integra a entrevista. 
A Semente – Qual a principal bandeira de luta do Sistema OCB/Sescoop-AM? 
Petrucio Magalhães Júnior - São muitas bandeiras, mas, destacaria a aprovação ainda este ano 2013 da PEC - Projeto de Emenda Constitucional Estadual, número 4, que trata de uma política estadual de apoio ao cooperativismo, que dentre várias políticas públicas prevê a criação de um conselho estadual do cooperativismo, a criação de um fundo financeiro de incentivo a pequenas cooperativas - FAC e a isonomia do tratamento das cooperativas na participação de certames públicos. 
AS – No setor primário, quais os temas que mais merecem atenção da OCB-? 
PMJ - Entendo que a educação. Precisamos investir mais na qualificação profissional dos produtores rurais, dentro de um programa de desenvolvimento sustentável que preveja além do treinamento, o crédito, assistência técnica, escoamento, beneficiamento, armazenamento e comercialização da produção. Apenas o treinamento isolado não produzirá o resultado esperado, vejamos por exemplo, o aspecto da organização social, se capacitarmos para a organização dos produtores, na gestão do negócio e faltar o crédito para investimento e custeio, certamente o empreendimento terá dificuldades de obter sucesso.
AS – Quais as principais conquistas da OCB-AM, no Amazonas, nos últimos cinco anos?
PMJ - Destacaria os investimentos feitos no programa jovens lideranças (cerca de 200 jovens do interior capacitados); Formação da 1ª turma de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas; Criação e fortalecimento das Frencoop’s (Frente Parlamentar do Cooperativismo), nos âmbitos: Nacional (Congresso Nacional), estadual (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) e municipal (Câmaras Municipais Manaus, Manacapuru, Autazes, Iranduba) e, também, a elaboração e execução do planejamento estratégico de comunicação social do Sistema OCB/Sescoop-AM com a Revista, Amazonas Cooperativo, abortando todas as ações do ano do Sistema, jornal trimestral Amazonas Cooperativo, site, redes sociais, e a inclusão do cooperativismo na programação do Amazon Sat. Essas conquistas certamente estão entre as maiores do movimento cooperativista amazonense. 
AS – Como a OCB-AM tem se inserido na discussão ambiental na Amazônia? 
PMJ - Participamos ativamente, juntamente com a Federação de Agricultura do Amazonas (Faea), na discussão e votação do Código Florestal Brasileiro no Congresso Nacional. Com toda certeza nossa atuação foi eficiente ao ponto de garantir o voto favorável de 7 (sete) parlamentares ao novo Código. Apenas um deputado federal não votou conosco. Foi uma articulação intensa e devemos, obviamente, reconhecer os nossos parlamentares amazonenses que foram sensíveis e decisivos durante todo o processo de votação. No final, ganhou o Brasil... 
Mas temos também trabalhado em outras frentes, sempre unido a Faea e em prol do desenvolvimento sustentável, para não ficar apenas no Código Florestal, atuamos fortemente contra a demarcação de terras indígenas em áreas produtivas, de tradição e com potencial agropecuário, como por exemplo, em Autazes. 
AS - O Amazonas é um dos estados com menor importância no PIB nacional agropecuário. O senhor vê algum peso na falta de treinamento do homem do campo neste cenário? 
PMJ - Entendo que não falta apenas treinamento, mas a ausência de uma política publica continuada, de estado e não de governos, que incentive fortemente a pesquisa, a extensão e, também, o ensino. Defendemos o meio ambiente, a biodiversidade, os nossos ecossistemas, enfim, a sustentabilidade, mas queremos também a dignidade e condições adequadas para promover o desenvolvimento econômico e social das populações tradicionais e ribeirinhos. Portanto, entendo que precisamos de mais planejamento, investimentos e, sobretudo, de mais pesquisa aplicada. 
AS - O cooperativismo é um setor bastante desenvolvido no Sul. Empreender ainda é uma questão cultural ou o Amazonas pode avançar neste cenário? 
PMJ - Certamente o aspecto cultural é importante, porém não é o único fator preponderante para o desenvolvimento econômico e social do cooperativismo no Amazonas. Considero a necessidade de uma política pública para estimular o cooperativismo como um fator ainda mais essencial, pois é necessário planejamento e investimentos para se obter resultados práticos. É inegável que nos últimos 10 anos avançamos, mas podemos avançar ainda mais rápidos se soubermos aproveitar as oportunidades e cenários econômicos favoráveis. Assim, com planejamento e mais investimentos, acredito que o cooperativismo avançará muito nos próximos anos... 
AS – Como o senhor vê a política agrícola do Governo do Amazonas. Ela precisa melhorar em que aspecto? 
PMJ - Como disse, reconheço que avançamos, os números e indicadores comprovam o que afirmo, mas precisamos implantar o planejamento estratégico de desenvolvimento de políticas públicas de estado, como por exemplo, precisamos aprovar logo a PEC 18, que garante recursos progressivos para o setor primário, esse é um dos projetos que o Sistema OCB/Sescoop-AM apoia integralmente, assim como o Preme e outros programas criados pelo Governo do Estado e operacionalizados pela ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável), isso para não falar de tantas outras louváveis políticas públicas, subvenção das fibras vegetais, borracha, etc. 
AS – O Sistema OCB/Sescoop-AM tem se aproximado dos movimentos sociais no campo. Como o senhor vê essa aproximação? 
PMJ - Sim, estamos no mesmo campo de atuação e convergimos na maioria das pautas e reivindicações. É inegável que temos o apoio das bases e contamos com a mobilização delas em nossos posicionamentos. Nossa relação pessoal e institucional é de plena integração e respeito. Considero inclusive que isso nos diferencia de outros estados, pois aqui no Amazonas lutamos pelos mesmos ideais e queremos um setor primário mais valorizado, com mais investimentos e oportunidades para todos. 
AS – Qual a mensagem que o senhor pode deixar para os agricultores do Amazonas?
PMJ - Valorizem as instituições de representação e de classe, reconheçam suas lideranças, participem dos movimentos sociais, mantenham-se unidos, pois, como diz o ditado popular, a UNIÃO FAZ A FORÇA. 
Fonte: Associação dos Engenheiros Agrônomos (AEAEA)

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