sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O trabalho do Idesam em Apuí: desafios e propostas de melhoria


Visita Técnica Viveiro
Por Gabriela Albuja, pesquisadora do Programa de Mudanças Climáticas do Idesam
Com dinâmicas de desmatamento complexas, modos de vida simples, estruturas de mercado pouco funcionais e iniciativas não governamentais pioneiras, Apuí se apresenta como um município sumamente interessante para se trabalhar.
O Idesam, aproveitando desta oportunidade e da relação favorável com os líderes políticos do município vem implementando várias iniciativas para reduzir o desmatamento e promover a melhora na qualidade de vida dos produtores locais de forma ambientalmente sustentável.
O propósito da minha viagem a Apuí, realizada em  julho de 2013 foi verificar os dados financeiros do Viveiro Santa Luzia (VSL), iniciativa empresarial apoiada pelo Idesam, para buscar estratégias de melhoria de processos e compor um plano de negócios que permita fortalecer a atuação do viveiro a nível regional e nacional.

O Viveiro foi criado pelo agricultor Dalcir Saatkamp e, com o início das atividades do Projeto Semeando Sustentabilidade em Apuí, passou a receber o apoio financeiro e técnico do Idesam. Atualmente o empreendimento conta com uma estrutura física com capacidade de produção de 120.000 mudas por ano, mas está utilizando um pouco mais de 50% da sua capacidade instalada.
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Isso se deve a vários motivos entre os quais está a escassez de coletores de sementes que forneçam insumos para a produção de mudas, a falta de um representante de vendas para garantir suficiente demanda anual e incentivar maior produção e o processo de irrigação realizado manualmente que demanda muito tempo por parte dos funcionários do viveiro.
Novos investimentos
Visando aumentar a produção e melhorar a qualidade das mudas, o viveiro irá investir neste mês de junho, na instalação de um sistema de irrigação, o qual permitirá aos funcionários do viveiro dedicar mais tempo para outras atividades operacionais.
Além de um sistema de irrigação, é preciso que haja outros investimentos tais como cursos de capacitação para os funcionários do viveiro, construção de uma estrutura para armazenamento do composto orgânico elaborado pelo viveiro e a contratação de um representante de vendas para organizar a comercialização de mudas e sementes. Esperamos que estes investimentos possam ser realizados no curto e médio prazo para melhorar a produtividade do viveiro e fortalecer este empreendimento que representa um exemplo Apuiense de geração de emprego aliada à responsabilidade ambiental.
Outras iniciativas do Projeto
Além do viveiro, se aproveitamos a viagem para visitar algumas áreas de reflorestamento, pecuária semi-intensiva rotacional e café em agrofloresta.
Ao visitar estes projetos, percebe-se a necessidade de trabalhar em várias frentes para fazer com que os projetos tenham sucesso. No caso do reflorestamento, é preciso ter técnicos que sejam ao mesmo tempo educadores e pessoas que tenham a capacidade de desafiar a mentalidade dos proprietários para fazer com que eles percebam os benefícios do replantio.
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Ao trabalhar com pecuária semi-intensiva é necessário trabalhar com dados financeiros que mostrem que o maior investimento inicial deste sistema vale a pena ao longo do tempo já que gera maiores lucros no longo prazo.
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Já nos projetos de café em agrofloresta é preciso reestruturar o mercado para que o café com maior qualidade seja vendido a um preço mais favorável. Devido à existência de um monopsônio, que é a forma de mercado com apenas um comprador, o preço pago pelo café não beneficiado é baixo e homogêneo. Visando mudar este cenário, está prevista a construção de uma usina de beneficiamento de café, a qual se espera compre o café a um preço justo e diferenciado.

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