Data: 04/04/2014 | ||
Representantes de uma das maiores empresas do mundo do ramo
industrial de fragrâncias e aromas visitaram a Embrapa Amazônia Ocidental
(Manaus-AM) para conhecer as pesquisas com plantas medicinais e verificar
possibilidades de parceria para pesquisas que gerem aplicações práticas para o
mercado de fragrâncias e aromas.
O pesquisador da Embrapa Amazônia
Ocidental, Francisco Célio Maia Chaves, recebeu a comitiva da empresa suíça
Firmenich, na manhã de quarta-feira, 02 de abril, e apresentou os experimentos e
bancos ativos de germoplasma relacionados a plantas medicinais e aromáticas, no
campo da Embrapa em Manaus (AM). Participaram da visita, pela Firmenich, o
vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento em Biotecnologia e Química
Orgânica, Christopher Dean, que trabalha na sede da empresa em Genebra, na
Suiça; o diretor de Inovação com Ingredientes Naturais, Xavier Brochet, que
trabalha em Grasse, na França; o responsável técnico de Perfumaria da América
Latina, Axel Voelker, e o gerente de Projetos de Sustentabilidade na Produção de
Ingredientes Naturais, André Tabanez, ambos da Firminich no Brasil, sediada em
Cotia, São Paulo. Participou da visita também o professor da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Amazonas, Emerson
Lima.
Axel Voelker citou que a empresa suiça Fermenich é a segunda maior
da indústria de aromas e fragrâncias e está completando 120 anos no mercado. Foi
fundada em 1895 em Genebra, Suíça, como uma empresa familiar, e atualmente está
presente em mais de 50 países.
O gerente de Projetos de Sustentabilidade
na Produção de Ingredientes Naturais, André Tabanez, informou que o grupo está
visitando vários pesquisadores na Amazônia para fazer um levantamento de
possibilidades de atuação. “A Embrapa é uma instituição que temos um respeito
muito grande pelo trabalho e é muito bom conhecer o que está sendo feito aqui”,
afirmou. De acordo com o gerente, a empresa tem interesse em desenvolver
pesquisas na Amazônia em parceria com os centros de pesquisa. “É muito
investimento começar uma pesquisa do zero. Ao mesmo tempo tem muita pesquisa
sendo feita que ainda falta achar aplicação pra ela. A gente tentaria unir a
pesquisa desenvolvida pelos institutos de pesquisa com a capacidade da indústria
de rapidamente aplicar isso e gerar benefícios para a região”, afirmou o
gerente. Tabanez informou que a empresa Firmenich já utiliza duas plantas
amazônicas como matéria prima e desenvolveu nos últimos cinco anos dois
ingredientes amazônicos para seus produtos: o extrato aromático de açaí (Euterpe
sp.) e óleo essencial de capitiú (Siparuna guianensis).
O pesquisador da
Embrapa Amazônia Ocidental, Francisco Célio Maia Chaves, explica que uma das
contribuições das pesquisas da Embrapa é desenvolver conhecimento agronômico
sobre o correto cultivo, colheita e pós-colheita dessas plantas, para garantir
matéria-prima de qualidade para a produção de fitoterápicos, cosméticos,
fragrâncias etc.
O professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas,
Emerson Lima, ressaltou que a Embrapa tem contribuído com os programas de
mestrado em ciências farmacêuticas e doutorado em inovação farmacêutica, na
Universidade Federal do Amazonas, com o fornecimento de plantas que são
estudadas nas pesquisas de mestrado e doutorado, pois a proposta do Programa de
Pós-graduação é desenvolver produtos para indústria farmacêutica e cosmética a
partir de plantas da região.
Com a pesquisa agronômica realizada na
Embrapa se buscam formas corretas e eficientes de cultivo que possam apoiar a
área farmacêutica. Os resultados desses estudos agronômicos permitem viabilizar
o cultivo profissional por agricultores para que se tenha o fornecimento de
matéria-prima de qualidade e inclusive possa ser feito a rastreabilidade das
plantas cultivadas.
Para o desenvolvimento do mercado de fitoterápicos ou
cosméticos a partir de plantas amazônicas é necessário pesquisas com o
envolvimento de profissionais das várias áreas da cadeia produtiva. O professor
da Ufam explicou que a cadeia produtiva de cosméticos e fitoterápicos tem vários
segmentos que precisam estar interligados, desde a coleta de material, a
identificação botânica, a produção de extratos e identificação das substâncias
pelos químicos, além do teste de atividade e desenvolvimento das formulações
pelos farmacêuticos. Caso se identifique em uma planta o potencial para o
desenvolvimento de um produto para o mercado, é preciso ter também o
conhecimento agronômico para o cultivo em condições adequadas. “Daí a Embrapa
tem um papel crucial nesse meio”, disse o professor.
O pesquisador da
Embrapa Célio Chaves destacou a importância de uma visita como esta envolvendo
atores como Embrapa, Universidade e empresa para a prospecção de plantas para
novas fragrâncias e novos componentes químicos que possam ser usados em seus
produtos para a indústria. “No caso de haver uma parceria do uso de uma planta
para a formulação de um produto, tem que ter todo o suporte agrícola em termos
de fornecimento de matéria-prima”, explicou o pesquisador.
No grupo de
visitantes, Axel, Cristopher e Xavier são químicos, Tabanez é agrônomo e o
professor Emerson é farmacêutico. O pesquisador Célio Chaves, agrônomo,
apresentou durante a visita as áreas de cultivo de várias plantas medicinais
aromáticas e condimentares que estão em estudo na Embrapa, destacando-se as
pesquisas com caapeba, sacaca, crajiru, pimenta-de-macaco, diversos tipos de
hortelãs, açafrão, gengibre, alecrim-pimenta, erva-cidreira, capim-santo,
caferana, artemísia, dentre outras espécies amazônicas e adaptadas para a
região. Também apresentou os óleos essenciais de algumas dessas plantas
extraídos em
laboratório.
Fonte:
Embrapa Amazônia Ocidental
Reportagem e foto: Síglia Regina
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sexta-feira, 4 de abril de 2014
Empresa internacional de fragrâncias busca parcerias em pesquisas com plantas amazônicas
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