Quando assumiu o comando da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), em fevereiro de 2007, o atual secretário da pasta, o engenheiro agrônomo Eron Bezerra, enfrentava o desafio não apenas de comandar o primeiro e mais importante setor da economia – o setor primário – mas o desafio de organizar, estruturar e consolidar as políticas para este setor que, segundo ele, não é primário por acaso, e sim porque representa o primeiro setor da economia. O desafio foi concluído, segundo palavras do próprio secretário, que deixa o cargo nesta sexta-feira, 3, para enfrentar novos desafios.
“Organizamos a estrutura do Setor Primário, traçamos metas que se tornaram realidade e, hoje, apresentamos os frutos. Frutos estes que são colhidos por homens e mulheres do campo, por aqueles por quem trabalhamos”, disse.
Foi com essa frase que o secretário de Produção Rural deu início ao balanço de sua gestão para os colaboradores do Sistema Sepror nesta quinta-feira, 3. A reunião aconteceu no auditório da Secretaria e contou com a presença de todos os secretários Executivos, chefes e gerentes de departamentos do Sistema.
Eron está à frente da pasta há cinco anos. Desde que assumiu a secretaria ele usa uma frase para explicar como começou o desafio ou, nas palavras dele, “o tamanho da encrenca que havia assumido”. “Quando eu cheguei a secretaria não havia um bilhete explicando quais as ações da pasta ou os trabalhos realizados. A secretaria começava do zero, sem ações fomentadas, sem projetos e, principalmente, sem programas que dessem um norte para o trabalho”, relembra.
Passados cinco anos, Eron se orgulha de ter estruturado a política para do setor primário e ter ações em todo o Estado. Ações essas, que segundo ele, contemplam todos os 276 mil produtores rurais do Estado. “Nosso legado na Sepror é ter trazido o setor primário para a pauta do Governo do Estado. Antes deixada de lado, hoje, o setor é visto com bons olhos e temos projetos pujantes que reforçam isso. Saltamos em financiamento para os produtores, ouvimos os produtores e temos trabalho em conjunto para atender todos os municípios do Amazonas”, ressaltou.
Participação no PIB – O secretário destaca que hoje o setor é responsável por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas. Além disso, no início do ano, uma pesquisa do Ibope apontou a Secretaria como a pasta de melhor desempenho no governo Omar Aziz.
“Um legado que só a gestão de Eron deixou para o setor primário no Amazonas”, destaca a secretária Executiva da Sepror, Sônia Alfaia.
Os números são para comemorar, segundo ele. “Em cinco anos o PIB do setor chegou a alcançar a marca de 7%, mesmo sem sermos um Estado com tradição no setor primário”, comenta.
Estruturação do setor - Uma das prioridades da gestão do secretário foi estruturar a política do setor primário. Para isso foram criados cinco programas: Aprimoramento Legislativo, Infraestrutura, Expansão da Produção, Expansão da Agroindústria e Apoio Sociocultural.
Os programas, segundo ele, dão o norte para as ações e projetos desenvolvidos pela secretaria. “Cada um desempenha um papel fundamental dentro do setor e não deixa lacunas. Hoje quem assumir o comando da Sepror terá em mãos uma política estrutura com começo, meio e fim”, destaca.
De acordo com Eron, todas as leis que dão suporte e permitem o trabalho do produtor rural estão criadas. O programa de aprimoramento legislativo, segundo ele, destaca as leis e regras do setor para que o produtor rural conheça qual a diretriz do seu trabalho e quais os trâmites para atuar dentro do setor.
O programa de expansão da agroindústria e expansão da produção trabalha lado a lado, segundo Eron. “Para o produtor não adianta ter uma produção expressiva se não há estrutura e suporte para escoar e vender sua produção. Por isso foi criado o programa de infraestrutura que foca o escoamento da produção”.
O programa de agroindústria tem a finalidade de assegurar não só uma melhor renda ao produtor, mas agregar valor a matéria prima regional, verticalizar a produção e evitar o desperdício. A Fábrica de Bacalhau construída na cidade de Maraã e as agroindústrias de grutas são exemplos disso.
Expansão da atividade – No balanço do secretário a ampliação de recursos para investimentos no setor é outro destaque. Segundo Eron, em 2007, os convênios firmados para o setor com o Governo Federal somavam apenas R$ 2 milhões. Na administração de Eron, os recursos saltaram para R$200 milhões. Segundo dados apresentados no balanço, a secretaria fechou 70 convênios com recursos federais.
Os investimentos foram para diversos programas e projetos, entre eles o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), fortalecimento e expansão da cadeia da borracha com a entrega de 2 mil kits sangrias, escoamento da produção com a aquisição de barcaças e caminhões e ônibus, recuperação de vicinais, compra de implementos agrícolas como roçadeiras, casas de farinha, patrulhas agrícolas, distribuição de sementes, defesa sanitária, recuperação de vicinais, e outros.
Bacalhau da Amazônia – Outro projeto de grande visibilidade comemorado por Eron é o Bacalhau da Amazônia. O Amazonas, através da primeira Fábrica de Bacalhau da Amazônia, construída em Maraã, começou a produzir o bacalhau em 2011.
A fábrica tem capacidade industrial instalada para 1,5 mil toneladas de pescado ano. A safra recorde, de pescado manejado adquirido pelo Governo do Estado, saltou de 2,8 mil, em 2012/2013, para 6 mil toneladas, safra 2013/2014.
Revista Folha do Campo - Durante a apresentação do balanço o secretário Eron Bezerra também apresentou e lançou a primeira edição deste ano da revista “Folha do Campo”, que tem como matéria principal a entrega de duas barcaças utilizadas para escoar a produção de 15 municípios do Amazonas, informações da última safra do Bacalhau da Amazônia lançada na última segunda-feira, dia 31, e demais realizações da Sepror na capital e no interior do Estado.
Durante o balanço o presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), Edmar Vizolli, destacou a importância do trabalho do Eron Bezerra. “Agradecemos ao secretário Eron Bezerra, que além de especialista no setor, é um político que defende o setor primário, diferente de outros que defendem apenas a Zona Franca. Conhecemos a realidade do Amazonas, nossas potencialidades e o Eron acreditou no nosso povo e acredita, deixamos e continuaremos incentivando e apoiando o setor primário, bem como os próximos projetos do Eron”, ressaltou o presidente do Idam.
Eron também fez questão de destacar a importância daqueles que trabalharam lado a lado deles durante esses seis anos. “Destaco nossa equipe composta por especialistas, cada um na sua área, que complementa e traz agilidade para a execução das nossas ações. Agradeço a todos pelo empenho e dedicação a esse setor”.
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