sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

(FIBRAS) - Perdemos R$ 50 milhões para Bangladesh e Índia. Que vergonha! Que descaso! Até quando?

Ontem, recebi do meu ex-colega de Conab, também já aposentado, meu amigo Ivo Naves, documento bem produzido e detalhado chamado de "OBSERVAÇÕES JUTA / MALVA – IMPORTAÇÕES 2017". Ainda vou perguntar ao IVO se poderei divulgar, na íntegra, todas as "observações" que ele fez, mas não posso adiar a divulgação de números de 2016 e 2017 que mostram, claramente, o tamanho da nossa incompetência em levar dias melhores ao interior do Amazonas, principalmente aos nossos juticultores e respectivos municípios com esse potencial.

Vejam:

Por falta de produção local, em 2016, as importações do complexo juta/malva foram de 9,9 mil toneladas.

Em 2017, as importações do complexo juta/malva atingiram 6,7 mil toneladas.

Somando os dois anos (2016 e 2017), significa que mandamos US$ 16,6 milhões de dólares para Bangladesh e India, ou seja, deixamos de movimentar no interior do Amazonas aproximadamente R$ 50 milhões de reais.

É ou não um descaso histórico com a população do interior?

A culpa desse descaso ainda não é do governador Amazonino, mas poderá vir a ser se não atualizar o pagamento da subvenção, igualar o valor ao do seringueiro (R$ 1,00 kg, hoje é R$ 0,40 kg), comprar sementes no Pará e apoiar as iniciativas da UFAM e EMBRAPA na produção interna de sementes (Pit Malva).

Abaixo, algumas imagens que comprovam que as entidades do setor até tentam sensibilizar o governo, mas a "Compensa" nem liga para os secretários.

A FAEA tem feito, e bem, a sua parte, mas outras entidades precisam engrossar essa fila, principalmente a FETAGRI, pois a maioria expressiva dos juticultores estão enquadrados como agricultura familiar.

Fica mais essa dica ao secretário Aparecido, e equipe.


Fonte: MDIC





2 comentários:

  1. Caro Thomaz, mais uma informação para auxiliar na análise do assunto: no ano de 2017 a aquisição de sementes de malva no Estado do Pará não chegou a 20.000 quilos. Isto significa dizer que é somente este o estoque disponível para o plantio e formação da safra de fibras 2018/2019 no Estado do Amazonas (plantio 2018/colheita 2019).
    Está desenhada uma catástrofe em termos de produção de sementes no Estado do Amazonas no ano que vem, uma vez que este quantitativo de sementes, se bem utilizadas, SÓ É SUFICIENTE PARA A PRODUÇÃO DE UMA SAFRA EM TORNO DE 1.500 TONELADAS DE FIBRAS.
    No Estado do Pará, a safra de fibras ficou abaixo de 500 toneladas, a pior em décadas desta atividade na região. E o Amazonas está no mesmo caminho.
    Uma pena que o principal prejudicado é o produtor rural, pois, como foi muito bem explanado no seu post, a indústria continuou a funcionar importando um produto que encontra na amazônia todas as condições de produção e que tem a cadeia fechada do campo à indústria (ou quase isso atualmente).
    Esta informação tem como objetivo apenas colaborar na análise e na busca de soluções, jamais de criticar alguma ação dos agentes de mercado.
    Moacir Cavalcante da Silva - Economista - Castanhal/PA

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