Ontem, dia 22 (terça), durante o Seminário que discutiu o Manejo do Pirarucu, o superintendente da Conab, Serafim Taveira, disse que apenas dois grupos formais apresentaram proposta para negociar a produção do pirarucu de manejo para o PAA/CDS/2018 operado pela CONAB. A associação ACJ de Jutaí, e a Associação de Piagaçu Purus do município de Beruri. Ambas no valor máximo de R$ 320 mil (R$ 640 mil as duas propostas), ao preço de R$ 7,29 kg, chegaríamos a um total aproximado de 87.791 kg de pescado que serão destinados a programas sociais.
Qual a dificuldade que esses grupos formais estão tendo para apresentar propostas ao Governo Federal? Sei que tem várias justificativas (conhecimento, documentação, burocracia, dificuldade/custo de locomoção da diretoria dos grupos formais, distância da Conab, e por aí vai).
Mas pergunto: O que levou a ASPROC de Carauari a não apresentar proposta para o PAA/CDS/CONAB 2018? Pois já conhece o programa, tá legal, conhece a burocracia e sabe vencer as distâncias. O planilha do Ibama (abaixo) mostra que, em 2017, a pesca foi de 1.958.848 kg, ou seja, projetando para PAA/CDS 2018, com base nas duas propostas apresentadas, a Conab compraria menos de 5% do total pescado (87.791 kg).
Existem aproximadamente 40 grupos formais envolvidos com o manejo do pirarucu. Todos recebendo preço abaixo do que é pago pela Conab. Isso significa que apenas 5% apresentou proposta.
A última coluna da direita da planilha do IBAMA mostra, claramente, que NENHUMA área de manejo recebeu o preço que a CONAB paga. Então, qual a razão de só DOIS GRUPOS FORMAIS apresentarem proposta para receber R$ 7,29 kg?Acho que a Conab/AM deve estar revendo esse valor. Sei que o custo de produção não é o parâmetro para definir preço no PAA, mas foi dito pela analista da Conab/Matriz, Augusto, que o custo/preço mínimo atualizado já é de R$ 7,74 kg.
Esses dois dias de encontro contou com apoio financeiro do Estados Unidos, inclusive o primeiro realizado anos atrás.
Pergunto:
Depois de dois bons eventos, qual investimento será feito pelos Estados Unidos para QUE os manejadores recebam, no mínimo, o preço pago pela CONAB? Ficou muito claro que não existe CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE com a população na pobreza.
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