Rio de Janeiro, 21 – Autoridades do governo brasileiro e da Organização das Nações Unidas (ONU) destacaram a importância da elaboração do documento final da Conferência Rio+20. Eles destacaram ainda a agricultura familiar como parte imprescindível de qualquer projeto de desenvolvimento sustentável para as nações. As afirmações foram feitas nesta quinta-feira (21), durante seminário internacional na Arena Socioambiental – espaço de diálogo entre o governo e sociedade civil paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, falou sobre o esforço das nações na confecção de um consenso na conferência. “Não é fácil produzir um documento com 193 nações com realidades tão distintas”. O texto final da Rio+20, assinalou ele, diz que qualquer meta de desenvolvimento sustentável deve incorporar a erradicação da pobreza, o combate à discriminação racial e o reconhecimento dos povos e comunidades tradicionais, inclusive os seus conhecimentos.
De acordo com Pepe Vargas, é fundamental que os Estados mantenham diálogo constante com os agricultores familiares. Ele também ressaltou a importância de políticas públicas como os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para o setor.
Na mesma linha do ministro Vargas, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano, salientou que o texto final da conferência representa a possibilidade de entendimento entre os países. “O que importa é que aquele documento agora é nosso e é o que devemos levar à frente.”
Já o chefe de Desenvolvimento do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida), Carlos Seré, enfatizou a importância da construção de parcerias para ampliar o acesso dos agricultores familiares aos mercados. “Temos que encontrar uma forma de trabalhar com essas forças. A sociedade civil e iniciativa privada trabalhando juntas. Este é o futuro.”
Apelo – “Os agricultores familiares precisam de ajuda para alimentar não só as suas famílias, mas também as futuras gerações”, disse, em tom de apelo, a representante da organização não governamental Associação dos Agricultores Asiáticos pelo Desenvolvimento Sustentável (AFA), Esther Penúnia.
Ao comentar a crise econômica global, Esther assinalou que os agricultores familiares querem produzir com respeito à terra e às suas culturas. Além disso, acrescentou, a renda que eles receberem pela venda da produção pode ajudar a aumentar o consumo e a recuperar as economias. “O futuro que queremos é que ele seja sustentável agora.”
O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Domingos Pereira, chamou a atenção para a necessidade de criação de espaços voltados à participação dos pequenos e médios agricultores. Ele anunciou ainda que a agricultura familiar será o tema central dos diálogos da nona conferência entre chefes de Estado e de governos das nações da CPLP, em julho próximo, em Mabuto, capital de Moçambique.
Acordo – Durante a primeira mesa do seminário internacional, o ministro Pepe Vargas, o diretor-geral da FAO e o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores, Marco Farani, assinaram acordo de cooperação no valor de US$ 1,5 milhão para apoiar projetos de fortalecimento da agricultura familiar e segurança alimentar em países da América do Sul e Caribe.
Os trabalhos foram coordenados pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch.
André Carvalho
Ascom/MDS
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