
07/11/2012 - Fonte:
Embrapa Amazônia Ocidental
A Embrapa Amazônia Ocidental convida produtores
rurais, associações de produtores e técnicos que trabalham com piscicultura,
representantes de agências de fomento e demais órgãos interessados no tema, para
participar do Dia de Campo sobre criação de tambaqui em tanque escavado com
utilização de aeradores. Pesquisas da Embrapa Amazônia Ocidental com a
utilização da aeradores na criação de tambaqui indicam que esse sistema permitiu
aumento de produtividades de 3 a 4 vezes maiores que a média estadual. O Dia de
Campo acontecerá no dia 10 de novembro de 2012, de 8h às 12h, em área de
produtor na Chácara Sagrada Família, Rod. AM 010, Km 64, município de Rio Preto
da Eva.
A vantagem do uso de aeradores é que essa prática de
manejo melhora a qualidade da água, com maior disponibilidade de oxigênio,
reduzindo o estresse dos peixes e evitando o surgimento de doenças e parasitos
que afetem os peixes. O ganho é que a técnica viabiliza o aumento da densidade
dos peixes em tanques já existentes, sem abertura de novas áreas para construção
de tanques.
O objetivo do Dia de Campo é apresentar resultados
obtidos no cultivo do tambaqui com a utilização de aeradores, que vem produzindo
em média 19 toneladas por hectare. A tecnologia é uma novidade no cultivo do
tambaqui no Amazonas. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Roger
Crescêncio, explica que a utilização de aeradores já é comum em outras espécies
de peixes, mas com esse estudo é a primeira vez que se tem dados concretos para
a utilização na criação de tambaqui nas condições ambientais do
estado.
O Dia de Campo é uma realização da Embrapa Amazônia
Ocidental, com apoio da Chácara Sagrada Família. As informações serão
apresentadas em três estações, no local da piscicultura, onde serão apresentadas
palestras e feitos esclarecimentos aos participantes.
O coordenador técnico da atividade, pesquisador
Antônio Cláudio Uchôa Izel, e o pesquisador Roger Crescêncio farão a palestra
com o tema “Avaliação zootécnica e econômica da criação de tambaqui em cultivo
em tanques escavados com aeração artificial”, na primeira estação do dia de
campo.
Roger Crescêncio explica que com o objetivo de
aumentar a produção das fazendas da região, sem a necessidade de novos
desmatamentos, foi proposto o aumento da biomassa por hectare. Para viabilizar
esse aumento na produtividade dos tanques foram utilizados aeradores. Com o
aumento da densidade de peixes e a manutenção do mesmo peso de abate foram
alcançadas produtividades entre 16 e 24 toneladas por hectare, cerca de 3 a 4
vezes a mais que a média estadual, que está entre 5 e 6 toneladas por
hectare.
“A principal dificuldade encontrada pelos
piscicultores é o licenciamento ambiental. Com a adoção dessa tecnologia, se
triplica a produção nem necessidade de novos desmatamentos e retirada de novas
licenças ambientais e assim se consegue ampliar a produção e consequentemente a
receita da fazenda”, afirma Roger Crescêncio.
Geralmente quando se aumenta o adensamento de
animais, em qualquer tipo de criação, existe a possibilidade de diminuição da
resistência dos animais e o aparecimento de doenças. Para abordar esse assunto,
na segunda estação, será apresentada a palestra “Avaliação do estado de saúde de
tambaquis durante um ciclo de produção”, pelas pesquisadoras da Embrapa Amazônia
Ocidental, Cheila Boijink e Edsandra Chagas . Na pesquisa foi verificado o
efeito do aumento da densidade na saúde dos peixes, com o acompanhamento de
parâmetros fisiológicos e a incidência de parasitos (helmintos monogenóides) de
tambaqui com sistemas de aeração artificial.
Outro aspecto avaliado na pesquisa foi a ocorrência
de maturação sexual em machos e fêmeas de tambaqui e se relacionou esses dados
com peso e comprimento destes animais ao longo do cultivo. A análise dessas
informações serão apresentadas na terceira estação, com o tema “Incidência da
puberdade de machos e fêmeas de tambaqui criados em cativeiro e suas implicações
zootécnicas”, tendo como palestrante a pesquisadora da Embrapa Amazônia
Ocidental, Fernanda Loureiro de Almeida. A pesquisadora explica que a maturação
sexual geralmente inicia em épocas diferentes em machos e fêmeas da mesma
espécie de peixes, e essa falta de sincronismo pode acarretar em diferenças de
desempenho zootécnico, como ganho de peso e crescimento.
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