quinta-feira, 11 de abril de 2013

Setor de fibras do Amazonas discutido em Câmara Setorial Nacional

“A partir de hoje o governo passa a comprar toda a produção de sacaria biodegradável para ajudar a indústria, garantir o preço mínimo da fibra de juta e malva e beneficiar o produtor”. Essa foi a novidade apresentada pelo superintendente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Thomaz Meireles, durante a abertura da 6ª Reunião da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais, primeira no Estado do Amazonas, realizada nesta quinta-feira (11/4), no auditório do Centro Cultural dos Povos da Amazônia (espaço Rio Amazonas).

Thomaz Meireles fez uma comparação entre o passado e o presente do sistema de trabalho realizado pelos produtores de fibra no Amazonas. Leu um artigo escrito pelo seu pai, na época deputado federal, Ubaldino Meireles, publicado em um jornal local há mais de trinta anos. Thomaz julgou o texto atualizado para os dias de hoje, pois, segundo ele, o sistema de produção continua o mesmo, sem nenhuma novidade há dezenas de anos.

“Precisamos aproveitar esse momento para discutirmos e tentar mudar a forma de trabalho para melhorar a produtividade e dar mais dignidade aos produtores do Estado”, declarou o superintendente.

O secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, que representou o governador Omar Aziz, iniciou o discurso declarando que o governador Omar Aziz recebeu e está avaliando a proposta do setor produtivo de fibras sobre o reajuste da subvenção pago pelo governo aos produtores no valor de R$ 0,20 para R$ 0,40 centavos, que poderá beneficiar a maioria dos produtores do Amazonas. Segundo o secretário, o que o governador decidir sobre o assunto, ele pessoalmente vai à Manacapuru anunciar aos produtores daquele município.

Eron disse ainda que reunirá com empresários de supermercados para levar a proposta de substituição das sacolas plásticas por fibra natural para garantir a sustentabilidade do setor e preservar o meio ambiente. Ele também anunciou que o governo firmou convênio com a Suframa para a produção de sementes e não depender totalmente de outros estados.

“A fibra de juta e malva é o carro chefe da produção no Estado do Amazona. É por por esse motivo que estamos aqui discutindo alternativas, visando o crescimento do  setor para que não continuemos a depender apenas da venda de sacaria”, afirmou.

O presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Magalhães Júnior, reconheceu a importância do evento para o setor de fibra de juta e malva e declarou que 100% da produção do Estado, que representa 60% do mercado brasileiro e que coloca o Amazonas como maior produtor de fibra do Brasil, produzindo em torno de 12 mil toneladas ao ano, passa por cooperativas. 

Petrucio afirmou que o evento tem como objetivo trazer alternativas para o setor, e uma delas é a reinstalação da Câmara Setorial Estadual, além de buscar parceria para a indústria de fibras, como as fabricantes de materiais plásticos e as montadoras de automóveis, que já utilizam a fibra nos seus veículos, transformando tudo isso em novidade para estimular ainda mais os cooperados a ampliar a produção estadual.

Finalizando o discurso, Petrucio fez uma referência ao ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, que declarou que “O futuro pertence aos que praticam a cooperação”. “As soluções para a grande parte dos problemas da cadeia produtiva de fibras de juta e malva passou ou está presente nesta sala e eu confio na execução de tudo que for decidido aqui”, pontuou o presidente.

O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais do Mapa (Ministério da Agricultura e Abastecimento), Wilson Andrade, afirmou que da mesma forma que aconteceu com o sisal no nordeste, a produção de fibra vegetal pode mudar a vida dos produtores e o rumo da economia do Amazonas.

Segundo ele, o setor precisa buscar alternativas de comercialização dos seus produtos, além de procurar aumentar e certificar a produção para se fortalecer e ter condições de competir no mercado nacional e internacional. “Precisamos lutar para nos manter sempre fortes e convencer os governantes que as fibras existem e são fundamentais para mudar a economia do País”, disse o presidente. 

A presidente da Coomapem (Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru), Eliana Medeiro do Carmo, disse estar honrada em participar de um evento grandioso e tão importante como este, onde está sendo discutido os rumos da produção de fibra.

Eliana declarou que o Amazonas é um Estado forte e capaz de vencer mais uma vez os problemas que o setor enfrenta no momento com a perda de parte da produção, devido às cheias dos rio e também os preços praticados atualmente. “A produção de fibras de juta e malva no Amazonas é feita por heróis e eu me sinto orgulhosa de estar aqui representando esse povo”, afirmou.

Para Muni Lourenço, presidente da Faea (Federação da Agricultura do Estado do Amazonas), o governo do Estado vem apoiando de maneira firme o setor produtivo de fibras, atendendo as demandas dos produtores, disponibilizando recursos e assistência técnica para aumentar a produção e dar melhores condições de vida às pessoas e distribuir rendas de forma mais digna às famílias que moram e trabalham nas comunidades distantes.

“O setor produtivo de fibra vegetal de juta e malva do Amazonas vive hoje um momentos histórico ao participar de um evento como esse que acontece pela primeira vez no nosso Estado”, pontuou Muni.

O evento se estenderá até amanhã (12/4) com uma visita marcada para algumas áreas de produção nas proximidades do município de Manacapuru.
Fonte: Sistema OCB/Sescoop-AM

Texto: Eliezer Favacho/Coopcom – Cooperativa de Comunicação do Amazonas

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