sexta-feira, 25 de julho de 2014

Inpa promove Workshop de Tecnologias Sociais

Por: Camila Leonel- Ascom Inpa
Com o objetivo de discutir como a ciência pode servir à sociedade e como gerar projetos com soluções práticas que promovam a melhoria da qualidade de vida da população, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI) realiza nos dias 4 e 5 de agosto o III Workshop de Tecnologia Social. Organizado pela Coordenação de Tecnologia Social (COTS/ Inpa), o tema do evento é 'Participação Social e Desenvolvimento Regional na Amazônia.
De acordo com a coordenadora da COTS e organizadora do workshop, Denise Gutierrez, a proposta é debater ainda como os projetos científicos e tecnológicos do Inpa podem promover a inclusão social, questionando como os resultados de pesquisa podem contribuir para o meio onde o pesquisador está inserido.
O Workshop é destinado a pesquisadores, estudantes, pequenos produtores, associados, cooperativados e pessoas interessadas em auxiliar na reflexão de questões como sustentabilidade social, políticas públicas de inclusão e desafios de estruturas para o desenvolvimento. O evento será realizado no auditório Eulálio Chaves, localizado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e terá certificado de participação que poderá servir como horas complementares.
Esse é o terceiro workshop realizado pela Cots/ Inpa. Na primeira edição, o evento serviu para conceituar Tecnologias Sociais, que ainda é um conceito recente no meio científico. Durante a segunda edição foi realizada uma capacitação de como desenvolver esse tipo de tecnologia e como se dá o fomento de pesquisas dessa natureza.
Conforme Gutierrez, o evento contará com palestras e discussões a respeito do assunto, apresentação de trabalhos e uma feira onde serão expostos produtos oriundos da agricultura familiar.  
Entre os palestrantes, está confirmada a presença do professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Francisco de Assis Costa, que é líder do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) e fará a palestra “Desafios para o desenvolvimento regional e participação social na Amazônia”, e do professor da Universidade Veiga de Almeida (Uva) Marcelo Henrique da Costa, doutor em Psicologia Social, que falará sobre “Desenvolvimento econômico solidário e sustentabilidade”.
As inscrições para o evento são gratuitas e já podem ser feitas abrindo aqui. Os interessados em apresentar trabalhos devem entrar em contato pelos telefones 3643-3360/ 3643-3135 ou ainda pelo 99894-7127.
Tecnologias Sociais
O Governo Federal, através do Ministério de Ciência e Tecnologia, traçou uma Estratégia Nacional para a Ciência e Tecnologia (ENCT), que é uma política pública, e essa política estabelece que “tecnologia social é toda metodologia, procedimento, equipamentos e produtos que a partir da interação com grupos sociais que promovam o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida, educação, saúde e habitação”.
Para Gutierrez, “as tecnologias sociais são resultantes de um processo interativo em que diferentes saberes dialogam para produzir um determinado produto que não é só ciência, não é só conhecimento empírico (prático), mas é algo que coloca em conjunção esses dois elementos”, declarou.
Para colocar em prática essa política, o Inpa criou em 2012 a COTS para fazer a mediação no diálogo entre a ciência e grupos sociais. Segundo Gutierrez, hoje o Inpa possui 23 projetos que se enquadram como projetos de tecnologia social e cerca de 50 experiências que são voltadas para a inclusão social, que são atividades, projetos e ações mais ou menos sistematizadas.
Dentre os projetos de tecnologia social, merecem destaque os trabalhos “Óleo de buriti para a indústria de cosmético a partir da produção da farinha”, pesquisadora Cláudia Blair e “Solução de cravo-da-índia para o controle do mosquito da dengue”, desenvolvido durante o mestrado da bióloga Eunice Moreira. Ambos foram certificados pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social em 2013.
Conforme Denise, é importante que o Inpa desenvolva ações que atendam essas tecnologias sociais que são úteis para a sociedade, já que a partir delas a população tem mais uma oportunidade de conhecer o que é desenvolvido e estudado no instituto.
“Dar visibilidade ao que acontece nessa área é da mais alta importância, porque significa legitimar um conjunto de ações que existe, que historicamente foi construído dentro do instituto, mas que tinha pouca oportunidade de vir à tona, de ser debatido e aprimorado. É uma forma de fazer a releitura do que o instituto está fazendo em nível de benefício social”, contou a coordenadora
Essa mudança envolve transformações profundas em diversas esferas da sociedade, segundo a coordenadora, porque é preciso que se reveja os conceitos de base do que é a ciência, por que ela existe e a quem ela serve. “Isso não é um trabalho de um soldado só. É um trabalho profundo que precisa ser feito por todos os envolvidos na área da ciência. Nós somos um órgão público, nós precisamos disponibilizar o conhecimento”, destacou Gutierrez.
Acompanhe a programação.

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