quinta-feira, 31 de julho de 2014

Portaria do BOTO, mas que só fala em PIRACATINGA

Desde que li a proibição da pesca da PIRACATINGA estou querendo entender a razão de só começar em 2015 e não na safra que ainda vai iniciar este ano. Hoje, durante encontro do CONEPA, o assunto foi exaustivamente discutido. Perguntei a amiga e engenheira de pesca CRIS, do Sistema Sepror, se, de fato, ainda teríamos a safra da piracatinga este ano. Respondeu afirmativamente. Então quer dizer que esse ano pode tudo, mas no ano que vem de jeito algum. Será que é isso? Lógico que NÃO, o BOTO deve ser protegido em 2014 e nos cinco anos da PORTARIA, mas volto a questionar a razão de não proibir a partir desta safra que se aproxima? Bem, inúmeras propostas foram apresentadas, mas defendo a seguinte ação do AMAZONAS: Diante da liberação da pesca da PIRACATINGA para este ano (a proibição é a partir da safra 2015), TODOS os setores envolvidos no assunto (pescador, governos e indústria), em conjunto com os órgãos de fiscalização, MPF e IMPRENSA, deveriam montar uma estratégia de acompanhamento da pesca ainda nesta safra  e nas regiões com maior incidência (pelos relatos não acontece em todo o Amazonas) e mostrar que, UNIDOS, somos competentes e eficazes no combate ao uso do BOTO como isca. Se esse processo de acompanhamento for eficiente tenho a firme convicção de que o MPA e MMA revogarão a proibição que começa somente no próximo ano, a partir de janeiro. Em síntese: Ainda temos a safra de 2014 para mostrar ao mundo que, quando queremos (e isso deve ser sempre), conseguimos preservar a FAUNA e GERAR RENDA a todos os elos da cadeia. Agora, se nesta safra, que ainda está liberada a pesca, fatos idênticos aos mostrados na imprensa voltarem a se repetir, sem que os culpados sejam punidos, ficará difícil encontrar novo argumento.
A indústria afirma que a piracatinga corresponde a 30% do volume
de aquisição

Do total da pesca da piracatinga, 40% é com uso do BOTO
como isca. 60% através de outros meios. Penalizar os 60%
não é uma medida justa. Fiscalizar e punir seria o caminho
mais sensato

O Inpa vem estudando  novo tipo de isca usando a gordura
do frango. É bom lembar que o esforço de pesca da PIRACATINGA
vai acabar levando a espécie ao DEFESO  no futuro. A engenheira
de Pesca  CRIS disse que muito produtor de farinha abandonou
a atividade para pescar a piracatinga em função da remuneração
recebida pelas indústrias.

Pessoas que conhecem o setor pesqueiro afirmaram que a proibição vai
valer só para o BRASIL, e que a piracatinga vai continuar saindo
para o PERU  e COLÔMBIA em razão da fragilidade na
fiscalização 

As reuniões do CONEPA estão sendo prestigiadas e bem
participativas. Parabéns aos articuladores

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