domingo, 14 de dezembro de 2014

FAEA divulga relatório que aponta avanços e gargalos na Avicultura do AM



Na tarde da última quinta-feira (11), foi divulgado pela Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), o relatório do levantamento sobre a Avicultura de Postura Comercial no Amazonas. Realizado a partir de visitas a avicultores, granjas, e também com informações de órgãos que possuem relação com os avicultores: IDAM-ADAF, CONAB, Associação Amazonense de Avicultura, além de representantes comerciais. Pela Associação Amazonense de Avicultura foi coletado informações de 45 avicultores dos municípios de Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Manacapuru e Manaus. A pesquisa se direcionou à localização, área construída, fonte de fornecimento de insumos e pintos, controle sanitário, infraestrutura além da produção, e organização dos produtores.

Conforme o presidente da FAEA, Muni Lourenço, “o segmento da avicultura e produção de ovos vem desempenhando um papel altamente estratégico para nosso Estado, primeiro porque durante a maior parte do ano, o ovo de galinha é o único produto rural que temos autossuficiência, para atendimento ao mercado amazonense, além disso, é a atividade que fornece o alimento mais barato para a população, que é o ovo, acessível a todas as camadas sociais."



O relatório destaca o plantel de galinhas de postura comercial de 1.871.635 aves com 146 produtores distribuídos em 35 municípios. Em sua maioria as instalações das granjas as bases e gaiolas são feitas em madeira, mas foram encontradas também em arame, e outras que possuem arame nos pisos e instalações para pintos, frangas e galinhas. O abastecimento é feito por poço artesiano, apenas uma granja utiliza o fornecimento de igarapé. Em todas possuem distribuição de energia elétrica feita pela empresa Amazonas Energia, mas a maioria possui também grupos geradores de reserva para atender emergências quase diárias de interrupção. A alimentação das aves dos 27 produtores é realizada da ração produzida em sua propriedade e 6 adquirem de fábricas instaladas em Manaus. A classificação de ovos é processada manualmente por cinco produtores, os demais por classificadoras automáticas. Em área construída constatou-se que dos seis municípios pesquisados Manaus possui 170.562 de área construída divida em 22.164 mil pintos, 32.682 frangas, 115.716 galinhas, Iranduba 60.462, dividida em 5. 920 pintos, 7.676 frangas e 46.866 galinhas. Em Rio Preto da Eva 4.560 e 920 pintos, 1.280 frangas, 2.360 galinhas, Itacoatiara 6.960, 748 pintos, 1.196 frangas, 5.016 galinhas, Manacapuru: 10.792, 928 pintos, 1.400 frangas e 8.464 galinhas.

Fornecimento de pintos e insumos

De origem de incubadoras de São Paulo, Minas Gerais e Manaus. O milho e farelo de soja vêm de Mato grosso, farinha de carne vem de Roraima e Acre, minerais e vitaminas são adquiridos no mercado local, através de representantes comerciais sediados em Manaus. Na aquisição de milho, os produtores recorrem ao mercado de Mato Grosso através da compra direta via leilões e, também, através da CONAB, que atende com prioridade os pequenos criadores.

O material de embalagem, formas e caixas de papelão são adquiridos em Manaus, via fabricantes representantes locais e representantes comerciais.

Controle Sanitário

Para preservar a saúde dos animais, os avicultores mantêm controle contra doenças através de vacinações, vermifugações, qualidade da água, alimentos, limpeza das instalações e combate à moscas.

As enfermidades controladas através de vacinação dos pintos ainda na incubadora são: MAREK, GUMBORO e BOUBA. As demais são controladas por iniciativas do produtor através da vacinação das aves na granja: Bronquite, New Castle, Bouba Aviária, Encefolomielite e Coriza. O controle de verminoses é feito através de adição de vermífugos na ração via oral.

Infraestrutura para produção

Pública

Para apoiar os criadores na condução de seus empreendimentos, o Estado do Amazonas dispõe de órgãos governamentais para atuarem nas áreas de Assistência Técnica, IDAM; Inspeção e Vigilância Sanitária, ADAF; comercialização, CONAB; crédito, AFEAM, BASA, Banco do Brasil; regularização fundiária, INCRA- ITEAM; cooperativismo, OCB-AM; empreendedorismo, SEBRAE-AM; capacitação, SENAR-AM.

Privada

Fábrica de Ração, fábrica de gaiolas de arame, fábricas de forma de ovos, fábricas de caixas de papelão, lojas especializadas em insumos agropecuários, unidade de pasteurização de ovos.

Organização dos produtores

A representação dos produtores rurais é presente por meio da Associação Amazonense de avicultura e FAEA.

Indicadores de Produção

O resultado da pesquisa mostra que em geral, não há diferenças acentuadas quanto ao período produtivo que tem seu início em 18 19 semanas e o final entre 80 e 90 semanas, em ressalva aqueles produtores que adotam a tecnologia de muda forçada que alonga o período produtivo para 110 115 semanas. A produtividade de ave ovo período produtivos varia de 280 a 310 ovos, alcançando a maior indicação de 300 ovos por ave ao ano.

Produção

A produção de ovos brancos é predominante e a produção de ovos de casca castanha bem reduzida.

Importação

Conforme relatório a demanda de ovos tanto na capital quanto no interior nos últimos anos teve a participação de outros estados. Tal situação é decorrente ao aumento de produção de ovos na região de Mato Grosso. Esta importação segundo o relatório tem efeito especulativo, pois a produção local tem condições de atender ao Estado, como tem feito. E a comparação de preços não registra grandes diferenças.

Demanda de insumos

Produção anual de ovos (caixa), 1.439.925 e consumo de ração 64.796, milho, 40.820, soja, 16.200, farinha de carne 4.535, calcário 3.240

Mercado e comercialização

A comercialização é feita da granja ao mercado diretamente pelos produtores com entrega aos clientes, distribuidores e varejistas em atendimento semanal e até mesmo diário. Os ovos são condicionados em caixas de papelão contendo 30 dúzias de ovos com 12 formas e embalagens também de 6,12 e 18 ovos.

A produção passa por higienização, classificação e embalagem obedecendo aos critérios estabelecidos pela legislação executados pela ADAF, condição que coloca a produção local no mesmo nível de competitividade em relação aos critérios de qualidade e sanidade do produto em relação ao ovo importado.

Avicultura no AM

A Avicultura no Amazonas iniciou na década de 60, quando a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), presidida na época por Eurípedes Lins trouxe os primeiros pintos, trabalho pioneiro que rende bons frutos para região.

O trabalho realizado por iniciativa da FAEA procurou identificar a realização da produção de ovos, via granjas comerciais, por saber que a produção de ovos de galinhas no AM constitui a fonte de alimento saudável de menor custo para o consumidor durante ano inclusive nos períodos de safra do peixe, o ovo ainda é o alimento mais barato.

Além da produção de ovos, destaca-se o fornecimento de esterco, produzidos 17 mil t ano, tornando-se a maior fonte de adubo orgânico para atender a demanda das plantações de hortaliças e culturas permanentes.

Principais gargalos

Dos principais gargalos destacam-se as permanentes quedas de energias, o alto custo dos insumos, a falta de laboratórios para análise de insumos e ração e análise de patologia animal, exigências ambientais que implicam no acesso ao crédito, deficiência da assistência técnica pública, infraestrutura insuficiente de armazéns para grãos, acesso ao mercado de milho e soja na safra em condições para atender a demanda por mínimo quatro meses, falta de organização do produtor, reconhecimento do governo e constantes assaltos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), o estado do Amazonas é o primeiro da região norte do Brasil e o décimo do país em Avicultura de Postura. A avicultura no estado gera 3,5 empregos e alcança renda de 220 milhões.


Rosário Silva

Assessoria de Comunicação

Sistema FAEA/SENAR-AM

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