sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Agricultura dobra exportação de soja e milho em seis anos

São essas boas notícias para a balança comercial brasileira e para o produtor rural de outros estados, menos o do Amazonas, que precisam nos levar a discutir mais intensivamente a produção de grãos em nossas terras (sem desmatar). Hoje, não temos um grão de soja nos estoques públicos. Se o milho seguir o mesmo caminho, e esta matéria mostra que está havendo crescimento contínuo nas exportações, poderemos ter graves consequências para a nossa produção de carne (avicultura, suinicultura) e ovos, comprometendo sobremaneira o emprego na área rural e a segurança alimentar e  nutricional do nosso povo.  Não podemos assistir pacificamente esse cenário...

As exportações das principais commodities da agricultura brasileira deram novo salto na escalada que vem garantindo lastro ao crescimento contínuo na produção. O volume de milho e soja (grão e farelo) embarcado chegou a 98,07 milhões de toneladas, conforme balanço de 2015 divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Em 2016, o volume embarcado deve ultrapassar a barreira dos 100 milhões de toneladas – seis anos depois de ter rompido a casa de 50 milhões de t. As 98 milhões de toneladas de 2015 representam volume duas vezes maior que as 48,6 milhões de toneladas de 2009, ou seja, o volume dobrou em seis anos.


O balanço de 2015 mostra que houve novo recorde na soja –como vinha sendo cogitado desde o primeiro semestre. O volume embarcado foi 19% maior, alcançando 54,3 milhões de toneladas.

Com o real desvalorizado e as matérias-primas brasileiras mais competitivas, o volume de soja remetido ao mercado externo foi incrementado nos últimos dois meses do ano, em plena entressafra comercial. Em novembro, o Brasil exportou oito vezes mais soja com que no mesmo mês do ano anterior. Em dezembro, o volume foi cinco vezes maior que o do mesmo mês de 2014.

A surpresa ficou por conta do milho (leia abaixo), que teve projeções elevadas nos últimos meses de 2015 e fechou com 28,9 milhões de toneladas, o maior volume já registrado.

O aumento das exportações mostra-se surpreendente mesmo quando comparado ao crescimento da produção. Para dobrar a colheita de grãos, de 100 milhões para 200 milhões de toneladas, o país precisou de 14 anos, ou seja, o dobro do tempo necessário para duplicar as exportações das principais commodities agropecuárias. Isso indica que o crescimento da produção é voltado justamente ao mercado externo.

As exportações devem continuar crescendo em neste ano devido justamente ao aumento da produção. A safra de soja se aproxima pela primeira vez de 100 milhões de toneladas na temporada 2015/16 e a produção total de milho (verão e inverno) tende a manter-se sustentada acima de 80 milhões de toneladas.

O ritmo do crescimento, contudo, deve diminuir diante de uma competição mais acirrada com a Argentina, que, devido a políticas internas desfavoráveis, teve sua participação reduzida no mercado de grãos nos últimos anos.

Fonte Original: AgroGP

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