terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Prestigiado evento em SP mostra que não representa nada ter preservado 98% da floresta no AM

Qual a razão de não acontecer no Amazonas um evento rural dessa magnitude, ou seja, prestigiado pelo presidente da República? Já viram isso acontecer no AM? Eu nunca vi! Sei que grande parte da culpa em não termos um setor primário forte é da "Compensa" que não nos prestigia nem prioriza. No meu ponto de vista, a preservação da nossa floresta tem sido útil apenas nos discursos, porque na prática o que assistimos é o empobrecimento do interior, o produtor rural sem crédito, sem ATER e com ENORME dificuldade em obter a regularização fundiária e ambiental. Além disso, nosso produtor rural não tem o seguro várzea, não tem o Garantia Safra (nesse caso a culpa é doméstica), não tem seguro rural, não tem o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e, pelo jeito, também sem o seguro-defeso. Não estou defendendo seguir o caminho de SP, de outros estados produtores, de outros países e sair derrubando tudo. Aviso aos radicais ambientalistas que não é isso que estou defendendo, nem quero cometer o mesmo erro dos outros. Mas não podemos admitir que o manejador de pirarucu receba R$ 3 no kg, que os ganhos dos extrativistas se limitem ao custo de produção e que não tenham ajuda do PEP/PEPRO para escoar a produção internamente. Se realmente a preservação dos 98% é importante, entendo que evento desse porte deveria acontecer no AM com o presidente anunciando as seguintes medidas: a) inclusão de bônus ao preço mínimo da PGPMBio em razão dos serviços ambientais prestados pelo homem do interior; b) inclusão do pirarucu de manejo, peixe ornamental e de outros produtos da floresta na PGPMBio; c) utilização do PEP e PEPRO para escoar a produção extrativa dentro do estado do Amazonas em razão das dimensões continentais; d) Agências que operam o PRONAF nos 62 municípios; e) Estrutura dos órgãos federais compatível com o tamanho do AM; f) fortalecer a SFA/MAPA para ampliar a certificação via OCS (temos dezenas de produtos orgânicos que não são reconhecidos. Nosso pescado é apenas um exemplo) ; g) parceria com o estado para finalizar o ZEE e iniciar o ZARC. Tem muito mais, mas fico por aqui. Contudo, acho difícil isso acontecer, pois se nossas autoridades não conhecem nem defendem essas mudanças, não vai ser o planalto que vai defender. 


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