domingo, 24 de março de 2013

Artigo Jornal Commercio - Uma boa confusão na comercialização

* Publicado no Jornal do Commercio
na última terça-feira (19)
 
AGRONEGÓCIOS

Uma boa confusão na comercialização (1 parte) 

Temos novos prefeitos, vereadores e secretários de produção rural, educação e de assistência social em diversos municípios brasileiros. No Amazonas, não é diferente. Nos últimos meses, espero que não se limite ao início de mandato, tenho observado, e fico muito alegre, o interesse desses gestores em conhecer os programas e ações do governo federal que podem levar dias melhores principalmente ao interior. É certo que esse número de gestores comprometidos ainda é bem abaixo do que de fato deveria ser, mas já observo um avanço. Já conversei com representantes de Envira, Careiro da Várzea, Parintins, Manacapuru, Iranduba, Tefé, Jutaí, Barreirinha, Novo Airão, São Sebastião do Uatumã, Rio Preto da Eva e outros que no momento a memória está falhando. Um questionamento quase unânime desses gestores refere-se ao escoamento e à comercialização da produção agropecuária do interior do estado, principalmente dos municípios mais distantes. Tenho sempre dito que dois exemplos precisam ser conhecidos e adaptados. Um deles, que já não existe mais, mas que acompanhei e foi muito bom, trata-se do programa “Regatão Social” que funcionou em Envira. O outro, em pleno funcionamento, inclusive premiado pela presidenta Dilma, é o “Comércio Ribeirinho Solidário e de Cidadania” do município de Carauari. É só procurar no “Google” que você verá vídeos e outras informações sobre essa boa iniciativa. 

Cinco Siglas

Não se pode negar que, a partir de 2003, na gestão do presidente Lula, o agricultor familiar, extrativista e o pescador artesanal passaram a contar com importantes instrumentos de apoio à comercialização agrícola (PAA/Conab-Sepror, PGPMBio, PNAE e Compras Institucionais/CI). No mesmo ano, no Amazonas, na gestão do ex-governador Eduardo Braga nascia o PREME (Programa de Regionalização da Merenda Escolar). Em síntese, são cinco siglas e uma boa confusão (oportunidades de negócios) que vou tentar sinteticamente esclarecer e indicar caminhos para acessar. O PAA, que significa Programa de Aquisição de Alimentos, é operado com recursos do MDS e do MDA. O PNAE (Alimentação Escolar) é operado com recursos do Ministério da Educação/FNDE. A PGPMBio (Política de Garantia de Preços Mínimos da Sociobiodiveridade) é operada com recursos do MAPA. O PREME, com recursos do Estado. O CI “Compras Institucionais” pode ser operado com recurso público de qualquer esfera (federal, estadual ou municipal).  

Alerta aos prefeitos

Antes de pensar no mercado de Manaus, logicamente o maior e mais interessante, eles devem pensar em abastecer o município (feiras, escolas e programas sociais) com alimentos regionais. O PAA, PGPMBio e PNAE podem ser implementados no município com recurso federal, então porque não entender a operacionalização e viabilizar? A direção dos grupos formais que amparam os agricultores familiares, extrativistas e pescadores artesanais tem grandes limitações para entender a operacionalização desses programas e superar as exigências burocráticas. Sem o apoio da prefeitura (colocar um técnico para conhecer toda essa sistemática) os avanços serão inexpressivos prejudicando o consumidor, a área produtiva e social da localidade. Nos próximos artigos, vou tentar detalhar cada instrumento/modalidade a fim de que os gestores possam melhor compreender o assunto e aproveitar os recursos disponibilizados pela presidenta Dilma que tem a Região Norte como prioridade. Contudo, apresento, a seguir, os limites por produtor/ano que pode atingir R$ 24 mil (sem o PNAE). Um espetacular mercado que deve ser buscado pelos produtores e gestores, pois evita o desperdício e reduz os entraves de escoamento e comercialização.
 

Modalidade
Limite (R$/produtor)
Origem (R$)
PAA/ Doação Simultânea
R$ 4.500,00 (Acesso Individual)
MDS
PAA/ Doação Simultânea
R$ 4.800,00 (Acesso Grupo Formal)
MDS
PAA/ Compra Direta
R$ 8.000,00
MDS e/ou MDA
PAA/ Formação Estoque
R$ 8.000,00
MDS e/ou MDA
Compra Institucional
R$ 8.000,00
FED/EST/MUN
PNAE
R$ 20.000,00
FNDE
PREME
Sem limite/observar demanda
ESTADO

 
19.03.13

Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com

 

 

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