| Essa notícia está no O GLOBO de hoje. Não defendo o desmatamento, bem como nenhuma atividade ilegal no AM ou em qualquer parte do mundo, mas confesso que tem coisas que acontecem claramente no interior do AM e não viram manchete, nem são defendidas. Por exemplo: É justo o manejador do pirarucu receber entre R$ 2 e 3 reais/kg pela produção anual? É justo que o transporte desse pirarucu seja feito nas costas do pescador por longos caminhos no meio da mata? É justo o pescador artesanal receber entre R$ 0,20 e 0,30 centavos por quilo na pesca de espécies populares? É justo o extrativista ter o preço mínimo de seu produto definido apenas pelo custo de produção? É justo ele não receber um plus adicional em cima desse preço mínimo por ter preservado nossa floresta? É justo o produtor do Amazonas não contar com o seguro várzea, garantia safra e seguro rural? É justo não termos o Zonamento Agrícola de Risco Climático? É justo nosso agricultor, pescador, manejador e extrativista não ter estrutura pública para beneficiar sua produção? E os prejuízos causados pelas regulares enchentes, quem indeniza? É justo a produção sustentável dentro do Amazonas não ter apoio financeiro para escoamento até a capital? É justo o interior não ter banco e, portanto, não acessar políticas públicas como a do crédito rural? Isso tem de virar manchete e ser defendido por TODOS. As "imagens áreas do Greenpeace revelam a degradação no Sul do Amazonas". Aprendi com a Deliz Ortiz, da Globo, que imagem não se contesta, mas precisamos aproximar essa imagem do povo que vive na floresta, resolver seus problemas (alguns relatados neste comentário) e respeitar quem produz dentro da legalidade. Se não melhorarmos a condição de vida de quem sempre defendeu esse patrimônio, os problemas aumentarão. Com o diálogo ainda é possível construir uma saída sustentável ao Amazonas. |
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