sábado, 26 de agosto de 2017

Caminhos para os 25 piscicultores de São Paulo de Olivença

Na última quinta-feria (24), em São Paulo de Olivença, a gerente da UL/IDAM, Maria Mendonça, reuniu representantes da prefeitura, câmara e 25 guerreiros piscicultores para discutir os caminhos da atividade no município. Na postagem, em seu facebook, ela registra que espera contar com o apoio da SEPA/SEPROR, inclusive citando os nomes do Geraldo, Daniel e do meu xará, Tómas. Aproveito a ótima iniciativa da Maria, ou seja, do nosso IDAM, para fazer algumas contribuições/comentários:

1) É evidente que a equipe da SEPA/SEPROR vai ajudar São Paulo de Olivença, pois são comprometidos e querem o desenvolvimento da atividade no Amazonas. A SEPA vai fazer o que pode, com o pouco que tem. Eu não tenho dúvida. Agora, será que a SEPA tem equipe para atender os 62 municípios? Claro que não! Então, é preciso que a SEPA seja uma secretaria exclusiva, independente, não vinculada à SEPROR, e com engenheiros de pesca (no mínimo UM) em todas as UL's do IDAM. A pesca, seja extrativa ou de criação, é um potencial inquestionável do nosso estado, então, é mais do que necessário ter esse mínima estrutura para não frustar os piscicultores de SPO e dos demais municípios. Sem assistência técnica essa atividade não vai evoluir como queremos e necessitamos;

2) Se o preço da ração é problema em Manaus, imagino em São Paulo de Olivença. Nesse sentido, volto a defender a instalação de uma fábrica de ração na abandonada Central de Abastecimento de Iranduba. Essa fábrica atenderia os criadores rurais de diversas atividades, de diversos municípios,  incluindo a piscicultura. O uso dessa fábrica seria coletivo, atenderia o criador individual, assim como associações e cooperativas. O Fundo de Promoção Social deveria usar seus recursos para estruturar a Central de Abastecimento de Iranduba. Nossa atual realidade, ainda não permite investimentos em cada município, em cada comunidade. É só olhar pra trás e constatar quantas estruturas com investimento público estão fechadas;

3) No item comercialização, lembro a Maria que o peixe da piscicultura pode ser destinado para a alimentação escolar, via PNAE, via Lei 11.947/09, que obriga a compra de, no mínimo 30%, de produtos regionais diretamente de produtores com a DAP física e/ou Jurídica. Será que a prefeitura de SPO tá comprando? Lembrando que produtos de origem animal devem passar por um frigorífico sifado, no mínimo o S.I.M para ser direcionado para alimentação escolar. Também tem que ficar de olho nas compras da SEDUC para as escolas do estado de SPO. Nesse aspecto, recomendo conversar com a equipe da SEDUC que faz as compras do PNAE diretamente do agricultor familiar;

4) O PAA da Conab é uma alternativa para a compra dos piscicultores, mas precisam estar organizados em grupo formal, e com DAP JURÍDICA. Sei que os recursos do PAA CONAB para este ano já foram esgotadas, mas é um opção que deve ser buscada em 2018;

5) A prefeitura de SPO também pode interagir diretamente com o MDS para fazer a adesão ao PAA MUNICIPAL. É outro caminho para ajudar no momento da comercialização;

6) Comprar milho na Conab para baratear a ração poderia ser uma opção, mas a piscicultura ainda não está entre as atividades contempladas no programa de Vendas em Balcão. Se pudesse, e se o piscicultor já tivesse seu cadastro aprovado, após a compra, esse milho poderia ser destinado à Central de Iranduba para preparar a ração (adicionar os outros ingredientes) e, em seguida, seguir viagem para SPO;

7) Também lembro que, recentemente, nasceu a AQUAM, Associação dos Aquicultores Independentes do Amazonas. Nasceu forte, seria interessante conhecer esse grupo.

Parabéns pela iniciativa Maria, conte com nosso apoio.


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