De: Kennedy Lyra
Uma das maiores obras do PAC está literalmente rasgando a floresta Amazônica. Trata-se
do Linhão de Tucuruí, uma obra que levará energia da hidrelétrica de Tucuruí,
no Pará, para Manaus. Está obra permitirá que o consumo de combustível fóssil,
para geração de energia, caro e poluente, seja totalmente eliminado nas
capitais de Manaus, Macapá e Boa vista, além das sedes municipais contemplados
pelo Linhão, evitando a emissão de 3 milhões de toneladas de gás carbônico por
ano, reduzindo o consumo anual de 1,2 bilhões de litro de óleo combustível e
diesel. Além disso, após a conclusão do Linhão, o país economizará cerca de R$ 2
bilhões por ano o que significa que a linha de transmissão, cujos investimentos
previstos são da ordem de R$ 3 bilhões, estará paga em 18 meses fornecendo
energia limpa e renovável. A construção da linha de transmissão Tucuruí, Macapá,
Manaus, de aproximadamente 1.800 Quilômetros de extensão, vai integrar os
estados do Amazonas, Amapá e Oeste do Pará ao Sistema Interligado Nacional.
Numa primeira fase, o Linhão reduzirá a dependência local das plantas de
energia térmicas em 27 municípios ao longo da margem esquerda do Rio Amazonas.
No trecho entra os municípios de Silves, Itacoatiara e Rio
Preto da Eva, as torres já foram erguidas e os cabos começam a ser colocados. A
complexidade da obra, cruzando rios e terrenos de várzea em plena floresta Amazônica,
exigiu que sua execução estivesse de acordo com as orientações do Ibama e
Funai. Foram analisadas diversas alternativas para o traçado da linha até se
encontrar as que ofereciam menor impacto ambiental e interferência em áreas
legalmente protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação,
chegando-se, finalmente, a seis propostas. Cada uma delas foi, então, analisada
detalhadamente quanto ao tipo de vegetação, tipo de solo e viabilidade técnica,
principalmente no que se refere à travessias do curso d’água, que, no caso do
Rio Amazonas, tinha, em algumas das alternativas propostas, até dez quilômetros
de largura a serem transpostos. O sistema levou em conta também que,
futuramente, haja á necessidade de se acrescentar um terceiro circuito à linha,
usando o mesmo corredor além de contemplar um plano de resgate de fauna e flora
em perigo de extinção.
A obra foi divida em 3 lotes, o primeiro é de Tucuruí a Jurupari, um trecho de 264 quilômetros,
o segundo Jurupari Oriximiná, com 370 quilômetros em tensão de 500 Kv, e
Itacoatiara – Cariri, em Manaus , com 211 quilômetros mais as subestações
associadas Itacoatiara e Cariri.
Em abril de 2011, foi concluída a montagem da primeira torre
do Linhão em Manaus, com 62 metros de altura, pesado 24 toneladas. Este lote
não pode deixar de se considerar, no futuro, o fornecimento de energia para o Município
de Parintins, localizado a margem direita do Amazonas e uma linha de
transmissão de 500 Kv para Porto Trombetas o que permitirá que ali se instale
uma refinaria de alumínio para atender a produção local e das minas de Juruti.
No dia 25 de janeiro deste ano, foi assinado o contrato de
concessão para a construção da Linha de Transmissão Manaus/Boa Vista, que terá 715
km de extensão, nos estados do Amazonas e Roraima, mais as subestações Equador
500 Kv e Boa Vista 500 Kv. A linha conectará a capital roraimense ao SIN,
contribuindo ainda mais para a redução do consumo de Combustíveis Fosseis, além
de possibilitar a exportação de energia do SIN para a Venezuela.
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