segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Projeto Células de Acompanhamento e Informação apoia gestão dos territórios

Ciente do desafio de pensar instrumentos e metodologias que sirvam para facilitar o acesso a informações que subsidiem a gestão social dos territórios, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) promove, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), o III Encontro Nacional das Células de Acompanhamento e Informação. O evento acontece nos próximos dias 29, 30 e 31 de agosto, em Fortaleza/CE, e visa apoiar a realização de avaliação de resultados e de impactos da política de desenvolvimento territorial, assim como liberar instrumentos para melhorar a qualidade dos investimentos públicos, qualificando o processo decisório em todos os níveis.

As Células de Acompanhamento e Informação foram criadas pela SDT/MDA em 2010, a partir de convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Estamos construindo um modelo diferente de gestão, democracia. Os estudos apresentados pelas Células nos ajudam a reorientar e qualificar a Política de Desenvolvimento Territorial”, observa o secretário de Desenvolvimento Territorial, Jerônimo Rodrigues.
O objetivo das Células é articular institucional e operacionalmente as universidades, os Territórios Rurais e a SDT, para estimular o desenvolvimento de processos de coleta, registro, acompanhamento, monitoramento, avaliação e análise de dados sobre os territórios por meio do Sistema de Gestão Estratégica (SGE). O sistema pode ser acessado por meio do site da SDT ou na página do SGE.
O encontro, na avaliação do secretário, permitirá identificar aspectos a serem melhorados nas metodologias e instrumentos para o monitoramento e avaliação da gestão territorial, com o propósito de consolidar o SGE como ferramenta de apoio do MDA e de outros programas, nacionais e internacionais, que trabalham na perspectiva territorial.
Para Jerônimo, a iniciativa parte do pressuposto de que os dados são fundamentais para o planejamento estratégico e a gestão, contribuindo para o aperfeiçoamento dos processos organizacionais. “Desta maneira se favorece a geração e sistematização de conhecimentos, bem como a qualificação da tomada de decisões nos diferentes níveis de ação do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat)”, afirma o secretário. O Pronat é um programa do MDA executado pela SDT, que tem como objetivo promover, planejar e implementar a autogestão do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais, e o fortalecimento e dinamização de sua economia.

As Células
As Células são compostas por um professor coordenador do projeto; um professor colaborador; um profissional responsável em tempo integral pela Célula; e dois estudantes bolsistas.
As principais atividades são coletar e registrar no SGE dados sobre informação básica, caracterização e tipologias dos territórios; desempenho dos colegiados, integrantes, agenda e demais informações sobre sua gestão; coletar informações sobre a execução de projetos com recursos gerenciados pela SDT; e analisar as informações sobre o território rural com indicadores gerados pelo SGE a partir dos dados coletados nas pesquisas.
As universidades participantes do estudo, realizado pela SDT/MDA/CNPq, são responsáveis por 27 projetos de pesquisa e extensão, que apoiam 37 territórios rurais, espalhados em 607 municípios de todo o País. Os trabalhos começaram em agosto de 2010 e seguem até junho de 2013.
Resultados
O trabalho vem colhendo bons resultados, como manutenção de fluxos de alimentação dos componentes do SGE; disponibilização de diagnóstico sobre a situação de desenvolvimento sustentável do território; recomendações de ações que contribuam para a plena implementação dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS); disponibilização para as universidades de informações relevantes às atividades de pesquisa, ensino e extensão; parcerias para apoiar avanços nos processos de planejamento, gestão e avaliação. “O maior resultado é essa parceria com as universidades. Ela aproxima o tema desenvolvimento territorial de uma nova geração de estudantes e pesquisadores”, conta Jerônimo Rodrigues.
A professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordenadora-geral do projeto no estado, Patrícia Campeão, concorda. “Além das pesquisas e da possibilidade de acompanhamento, o resultado do projeto é a possibilidade de aproximar a academia à realidade dos territórios rurais. O projeto Células faz com que universidades, pesquisadores, professores e alunos contribuam com o desenvolvimento dos territórios, com a expectativa de inclusão do tema na estrutura curricular”, enfatiza.
A professora aguarda o encontro com expectativa. “Espero que possibilite a troca de experiências dos coordenadores e dos integrantes das células. Que possamos convergir para um senso único, descobrindo o que é comum nos territórios e o que é específico, local”. A professora aponta que partir desse evento pode-se traçar uma agenda de pesquisa mais focada, centrada e unificada. “Com a possibilidade de dar direcionamentos mais concretos de novas rotinas, ferramentas e procedimentos para que a Secretaria possa enfrentar os desafios existentes e minimizar os problemas enfrentados”, afirma.

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