A Medida Provisória 571/2012, que recuperava boa
parte dos pontos que foram acordados entre governo, movimentos sociais e
ambientalistas sobre o novo Código Florestal Brasileiro, precisa passar pela
votação terminativa no Congresso Nacional (Câmara e Senado) até 8 de outubro,
quando expira a vigência da MP. Existe a previsão de que a matéria seja
apreciada no plenário da Câmara Federal em 18 de setembro. A CONTAG entende que,
mesmo votando nessa data, existe uma chance remota de o Senado Federal concluir
o pleito até o prazo. “O relatório precisa ser votado até essa data para que os
pontos vetados pela presidenta Dilma Rousseff não fiquem inválidos e deixem um
vácuo jurídico na legislação ambiental brasileira, prejudicando principalmente a
agricultura familiar”, alerta a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosicléia
Santos Azevedo.
Nos últimos trabalhos na Câmara dos Deputados, houve uma
tentativa de retirar do relatório a questão do escalonamento para as faixas
marginais que diferencia a agricultura familiar da patronal. Caso essa manobra
da bancada ruralista se efetive, valerá o que estava previsto no artigo 4º do
antigo Código Florestal, que determina que a recuperação será de no mínimo 30
metros para todas as faixas de cursos d’água. “Essa medida trará enormes
prejuízos para a agricultura familiar, que é a parcela que apresenta situação
mais fragilizada e com maior passivo ambiental. Outra preocupação que temos é
que se for retirada do texto qualquer forma de diferenciação serão os
agricultores familiares os mais criminalizados”. A CONTAG sempre defendeu
a mudança do Código Florestal e mantém sua posição e coerência em todos os
espaços de debate. “Afinal, é preciso tratar os desiguais de forma diferente”,
insiste. Para a secretária, é importante que os Poderes Executivo e
Legislativo assumam o seu papel de zelar pela Soberania Nacional e intervir em
questões que favoreçam a maioria da população, principalmente os mais
vulneráveis. Rosy enfatiza que o governo Dilma não se posicionou adequadamente
ao não influenciar na formação da Comissão Mista do Congresso, criada para
tratar da matéria. “Por esse e outros motivos, a situação saiu do controle do
próprio governo, que viu parlamentares da sua base aliada votar contra a
MP”. Nesse sentido, a CONTAG defende que a proposta da chamada
“escadinha”, que diferencia a recuperação de acordo com as metragens da largura
dos cursos d’água, seja mantida no relatório a fim de buscar uma solução para
este tema, que já se arrasta por anos.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário