quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Abertura do III Congresso do Cacau reúne cerca de mil pessoas em Ilhéus

* O cacau é um produto que defendemos sua inclusão na PGPMBio por seu potencial produtivo no Amazonas e pelos baixos preços pagos aos extrativistas. Assim como vem acontecendo com a borracha, o CACAU nativo tem todas as condições de aumentar a produção e melhorar a vida do caboclo que trabalha na floresta. A CEPLAC/AM é parceira nessa provável conquista. Vamos aguardar e cobrar. Li, recentemente, no site da CEPLAC, que já existe movimento solicitando a inclusão na PGPM tradicional. Penso que também é justo, mas na PGPMBio é indispensável e urgente.
Cerca de mil pessoas, entre autoridades, cacauicultores, pesquisadores, extensionistas e estudantes lotaram o auditório do Centro de Convenções de Ilhéus, na noite de domingo (11), para a cerimônia de abertura do III Congresso Brasileiro do Cacau. O evento vai até a próxima quarta-feira (14) e vai discutir diversos problemas ligados ao tema “Inovação Tecnológica e Sustentabilidade”, por meio de painéis, conferências e palestras. No último dia, um documento intitulado “Carta de Ilhéus” vai pontuar as soluções propostas pelos congressistas.
O pesquisador Raúl René Melendez Valle, presidente da comissão organizadora do congresso, saudou a todos e agradeceu ao apoio dos parceiros para a realização do evento. Já o superintendente regional da Ceplac na Bahia, Juvenal Maynart Cunha, também deu as boas vindas a todos e lembrou que o congresso é uma oportunidade de se avançar em questões que hoje travam o desenvolvimento da cacauicultura.
“O que precisamos responder à sociedade é por que, numa região em que se tem solo fértil, chuva abundante e bem distribuída, acesso à ciência e à tecnologia, o homem não consegue viver de sua atividade agrícola”. Para ele, como órgão público, a Ceplac precisa dar essa e outras respostas à sociedade brasileira.
A mesma linha foi defendida pelo representante do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles. “A cacauicultura tem um perfil peculiar, que devemos levar em conta, inclusive para a formulação de uma proposta de renegociação das dívidas. Mas precisamos da unidade dos produtores, que todos tenham o mesmo pensamento em relação ao problema. De nossa parte, somos homens públicos, e nossa função é dar respostas ao povo brasileiro”.
Já o novo diretor-geral da Ceplac, Hélinton Rocha, destacou o valor de cada pessoa na construção de um sistema forte, como passo necessário para se estabelecer os três pilares da sustentabilidade. “Precisamos valorizar o capital humano envolvido na cacaucultura. Desde os servidores da Ceplac, passando pelos cacauicultores, que construíram essa cultura”.
Por sua vez, o secretário estadual da Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, que falou em nome do governador Jaques Wagner, afirmou que a Bahia tem avançado em questões como a da cabruca, por meio da lei que a tipifica como um dos sistemas agrossilvopastoris. “Também temos nos empenhado na questão da dívida dos produtores, mas queremos reforçar o pensamento do doutor Gerardo Fontelles e dizer que precisamos de união. A cultura só vai ser forte se os produtores estiverem unidos”.
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Geraldo se compromete com solução para dívida
O deputado Geraldo Simões destacou a importância da Ceplac no fortalecimento da cacauicultura brasileira, e a necessidade de financiamento da lavoura, já que os produtores estão endividados e sem crédito, o que os impede, até, de atender às recomendações técnicas preconizadas pela Ceplac. “Nossa luta é para valorizar o ceplaqueano, inclusive, lutando junto ao Ministério do Planejamento, para que o novo concurso seja realizado o quanto antes”.
Desde a noite de abertura, no domingo, vários problemas já foram encaminhados no III Congresso Brasileiro do Cacau. Durante a cerimônia de abertura, Simões e Fontelles tocaram no assunto “dívidas do cacau”, provocados pelo presidente da APC, Guilherme Galvão. Eles concordaram que na questão da dívida, é necessário que se separe a cacauicultura dos demais devedores, sob pena de se ter uma solução generalizada para um problema com características particulares.
“Primeiro, vamos buscar, até o fim do ano, um novo prazo para a renegociação da dívida dos produtores, até dezembro 2013. Depois, durante esse período, vamos lutar, junto ao governo, para que se edite uma Medida Provisória criando o Pesa do Cacau, para que se separe a cacauicultura dos demais devedores”, afirmou Geraldo”.
Simões lembrou de sua luta para beneficiar a cacauicultura, inclusive com a apresentação de um projeto de lei, abraçado pela bancada da Bahia no Congresso, mas que acabou não passando pelo veto da presidenta Dilma Roussef. “Mas não adianta chorar agora. Vamos recomeçar, determinando novas prioridades, para que uma coisa não atropele a outra. Por isso nossa ação imediata será tentar estender esse prazo da dívida até 2013”.
Para mais informações, clique aqui.
Jornalista da Sueba - Superintendência da Ceplac na Bahia
Domingos Matos
Fotos: Águido Ferreira

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