AGRONEGÓCIOS
Presidenta DILMA precisa saber
Semana passada, no auditório do SEBRAE/AM, fui
apresentado ao novo presidente do Banco da Amazônia, Valmir Pedro Rossi, e ao
novo superintendente para o Amazonas e Roraima, Donizete Campos. Estava
acompanhado dos colegas Guilherme (SFA/AM), Ramonílson (IDAM) e Luiz Otávio
(ADS). Atentamente ouvimos os planos de investimentos para a Região Norte, na
ordem de R$ 885 milhões, que precisam chegar ao bolso do trabalhador rural do
interior do Amazonas, fato que não vem ocorrendo na velocidade que precisamos e
desejamos. Estava na plateia, aguardando com grande ansiedade os
pronunciamentos dos componentes da mesa, em especial os do deputado estadual Adjuto
Afonso e do presidente da FAEA, meu amigo/irmão Muni Lourenço, pois tínhamos acabado
de ouvir as palavras do presidente do BASA, Valmir Rossi, ao anunciar que o
Amazonas contava com apenas oito agências no interior, o que é inaceitável num
estado continental, com acessos longos e de alto custo, principalmente para as
atuais condições de vida do público alvo do Pronaf. Meu amigo Adjuto Afonso
pediu a ampliação das agências no interior, mas ainda falou em “ação
itinerante” e “polos volantes” que, em minha opinião, não vem resolvendo o histórico entrave da aplicação
do crédito rural no interior. Quem tiver dúvida, recomendo acessar o site do
MDA e analisar os números do AM e demais estados. Já o Muni, representando o
setor agropecuário, fez uma defesa bem
mais fundamentada ao ratificar o pleito do deputado Adjuto Afonso com
relação à ampliação de agências do BASA nos municípios do interior do Estado.
Fiquei muito satisfeito com o posicionamento do Muni, que ainda fez outras
importantes considerações sobre as necessidades do nosso setor rural.
Será que a presidenta Dilma sabe?
Mesmo contemplado com as defesas do Adjuto e do
Muni, pedi a palavra, e resolvi expressar ao presidente do BASA, o que já disse
ao MDS, e gostaria de muito de dizer pessoalmente à presidente DILMA que, sem
bancos que operem o crédito rural no interior do estado que mais conservou a
floresta, o Amazonas, os ótimos programas federais, criados e fortalecidos desde
2003, não conseguirão eliminar a extrema pobreza em meu estado. Às vezes me
pergunto, será que a presidenta DILMA sabe que o crédito emergencial que ela
liberou para os atingidos pela enchente do ano passado já completou um ano e
que muitos produtores ainda não viram esse dinheiro? Será que ela sabe que, em
certos municípios, somente 30% desse público foi beneficiado? Será que ela sabe
que já estamos com nova enchente e tem caboclo que não acessou o crédito
emergencial, também chamado de especial. Bem, pelo tempo que tem levado a
aplicação desse crédito penso que jamais poderíamos chamá-lo de “emergencial” e/ou
“especial”, principalmente para o agricultor familiar que depende da época
certa para plantar e do pecuarista que precisa alimentar o gado diariamente.
Acredito que o comércio e a indústria possam sofrer menos por esperar um ano
para receber esse recurso, mas o setor rural jamais. Será que estou errado?
BASA e IDAM
Quero deixar bem claro, e disse isso ao novo
presidente do BASA, que não estou criticando os serviços prestados pelo banco,
tampouco à equipe do IDAM que vem atuando no crédito “emergencial” e/ou
“especial”. O que defendo é a presença do BB ou do BASA em todos os 62 municípios do Amazonas. Inaugurar uma
nova agência em Tefé, onde já tem o Banco do Brasil, certamente não é a melhor
estratégia. Dizer ao nosso caboclo para procurar a agência “mais próxima” é
pura brincadeira, descaso e falta de compromisso.
Vazio bancário no AM
30.04.2013
Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles,
servidor público federal, administrador, especialização na gestão da informação
ao agronegócio. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com
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