terça-feira, 25 de novembro de 2014

Agricultura familiar: desafios e oportunidades para desenvolver o segmento no estado


A partir da elaboração de um arranjo interinstitucional, será possível efetivar propostas acerca da agricultura familiar no Amazonas e em nível regional, tendo em vista que o último senso agropecuário (2006) apontou a produção no segmento como 93% do total no estado. A UFAM sedia, até o próximo dia 27, o ‘Seminário de Agricultura Familiar no Amazonas: Desafios para Inovação e Sustentabilidade’, cujo ponto forte é unir conhecimentos e perspectivas no setor.
O diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, professor Neliton Silva, é o anfitrião do evento, cuja abertura ocorreu nesta terça (25), no auditório Samaúma/FCA. A ação é realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e tem a participação de agricultores e extrativistas, pesquisadores e estudantes do setor. Entre as instituições parceiras estão a Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-AM).

Ao receber os participantes, o professor Neliton foi enfático ao destacar dois grandes objetivos do Seminário: “Precisamos repensar produção na agricultura familiar e geração de tecnologias inovadoras para incrementar o setor”. Na avaliação do diretor da FCA, é preciso, estreitar a relação entre a academia e o Setor Primário, por meio de agendas prioritárias de pesquisa para solucionar temas urgentes, tais como o quadro de eventos extremos (grandes cheias e secas). “Com certeza iremos terminar o evento com propostas concretas sobre muitas inquietudes”, disse, dentre as quais: “Que profissionais estamos formando para lidar com essa realidade?”.
 Fortalecer o segmento
Sobre desafios para a agricultura familiar, a secretária de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Camila Amaral, lembrou umas das vantagens do Estado: “Não temos conversão de floresta em pasto e monocultura. Nós precisamos, então, desenvolver produtos regionais”. Ela apontou a atuação do Idam como fundamental para a valorização de técnicas direcionadas à produção desses produtos, e citou a regionalização da merenda escolar como um avanço nas estratégias de fortalecimento da agricultura familiar.
Os extensionistas rurais do Idam Jorge Augusto Monteiro e João Duarte, que estavam expondo material de divulgação na área externa, disseram que o trabalho do Instituto obedece à aptidão de cada um dos 62 municípios amazonenses. “Realizamos cursos, treinamentos sobre metodologias inovadoras tanto na agricultura quanto na pecuária, numa perspectiva de educação e extensão”, expôs João Duarte. Jorge Augusto enumerou algumas das principais culturas do Amazonas: “Em Humaitá, a produção de grãos é destaque; em Maués, do guaraná; em Tefé, da farinha; em Codajás, do açaí; e em Rio Preto da Eva, da laranja. Graças a essa produção local em Rio Preto, o Estado está ficando autossuficiente quanto à laranja”.
 Técnicas, processos e produtos
A diversificação de produtos e modos de produção são as bases da segurança alimentar e da geração de renda. Nesse processo, utilizar tecnologias inovadoras, capazes de atender à demanda local e aumentar a produção, a qualidade do produto e a renda familiar, é essencial. Um dos coordenadores do Seminário, o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa na Amazônia Ocidental, Ricardo Lopes, destaca a atuação da empresa em vários segmentos na região, dentre os quais: piscicultura, ortaliças, plantas medicinais. Atuamos desenvolvendo técnicas de produtos e processos que possam gerar benefícios para o pequeno produtor.
Um exemplo de produto é o ‘despirfilhador da bananeira’, equipamento que será usado para aumentar a produtividade dos produtores, sendo direcionado para agricultura familiar. “Outra recente inovação será benéfica para o manejo de guaraná, mais direcionada para a produção regional”, explicou Ricardo Lopes.
A proposta do evento é aproximar as tecnologias - técnicas, processos, produtos e conhecimentos - da realidade do produtor local, através dos parceiros. “Os eventos coletivos para a formação de um arranjo interinstitucional é a nossa meta”, esclareceu Lindomar Silva, que é pesquisador na empresa organizadora do Seminário.

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