sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Comunidades aproveitam estação seca para monitorar quelônios na Amazônia


As comunidades da Reserva Extrativista (RESEX) do Rio Unini, na Amazônia, aproveitam a chegada da estação seca para monitorar e estudar a ecologia reprodutiva de quatro espécies de quelônios aquáticos na região do Baixo Rio Negro: a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), o tracajá (Podocnemis unifilis), a irapuca (Podocnemis erythrocephala) e o cabeçudo (Peltocephalus dumerilianus). A ação faz parte do projeto “Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia”, desenvolvido pelo IPÊ e ICMBio/Ministério do Meio Ambiente (MMA), que capacita os moradores da Unidade de Conservação como monitores da biodiversidade.
Desde setembro, os monitores comunitários percorrem as praias durante dia e a noite a procura de ninhos e fêmeas. Quando os ninhos são encontrados, são marcados com as informações de data da desova e espécie. Em alguns, os monitores medem ainda a largura e a profundidade, e contam o número de ovos dentro deles. As fêmeas encontradas, passam por medição, pesagem e marcação dos seus cascos, e, em seguida, são liberadas.
A cada dia aumenta o número de ninhos nas praias e esses são acompanhados durante toda a temporada reprodutiva, até o nascimento dos filhotes.
Esforços conjuntos


No período de 27 de outubro a 04 de novembro de 2014, ICMBio e IPÊ com participação da pesquisadora Camila Ferrara da WCS-Brasil, realizaram o acompanhamento do monitoramento de quelônios aquáticos em cinco praias protegidas e a primeira amostragem em lagos ao longo do rio Unini. Orientados pela pesquisadora, os monitores comunitários fizeram medição, pesagem, marcação e liberação dos animais capturados. Medidas do ambiente e informações adicionais sobre as espécies também foram tomadas.
"A amostragem foi um sucesso e os monitores estão bastante organizados e animados com as ações realizadas. Os jovens destacam-se como lideranças e multiplicadores de conhecimento, atuando desde o planejamento até a execução do monitoramento em campo", conta Pollyana Figueira Lemos, do IPÊ.
O projeto tem apoio da Cooperação Técnica Alemã – Deutschen Gesellschaft Für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), Gordon and Betty Moore Foundation, e também conta com a colaboração de importantes parceiros institucionais: Associação Conservação da Vida Silvestre (WCS-Brasil), Projeto Pé-de-Pincha e a Fundação Vitória Amazônica (FVA), fundamentais para o sucesso do monitoramento em campo e geração de conhecimento acerca da biodiversidade local.

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