quarta-feira, 26 de novembro de 2014

"Cooperativismo" é tema de palestra em Seminário de Agricultura Familiar


O presidente do Sistema OCB-Sescoop/AM, Petrucio Magalhães Júnior, foi um dos palestrantes do evento promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nesta terça-feira, 24, realizado na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), bairro Coroado.
Com o tema ‘Seminário de Agricultura Familiar no Amazonas: Desafios para Inovação e Sustentabilidade’, cujo objetivo é unir conhecimentos e perspectivas dos diversos agentes do setor primário, o gestor da entidade cooperativista do Estado, abordou a força da estrutura do segmento como ferramenta para geração de renda e desenvolvimento social sustentáveis.
Em sua apresentação, que foi acompanhada por alunos da Faculdade de Agrárias, presidentes de cooperativas, extrativistas e demais gestores de órgãos como Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Petrucio explicou que o cooperativismo está presente nos cinco continentes, gerando mais de 100 milhões de empregos e beneficiando um bilhão de pessoas no mundo.



No Brasil, a região Norte é uma das que têm menor número de cooperativas, o que para para ele, serviria como motivo para contrapor à necessidade de mais incentivo, dado que a economia local está basicamente fundamentada no Polo Industrial de Manaus. Conforme a explanação do gestor, o cooperativismo conta com 13 ramos de atuação, tendo no setor agropecuário sua maior força. Nele, empregam-se 164.223 pessoas, principalmente com a horticultura, pecuária de leite e colheita da malta e da juta e outras culturas.
Ainda de acordo com o presidente do Sistema OCB-Sescoop/AM, além da importância econômica, o cooperativismo arregimenta princípios e valores que culminam na garantia da qualidade de vida de seus associados.
"Em dez anos, o cooperativismo passou a empregar mais de 77% do que empregava antes, totalizando mais 300 mil postos de trabalho. Vale salientar, que onde o cooperativismo se instala, torna-se notório e há pesquisas que comprovam a minha afirmação, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é maior", frisou.
Em se tratando do quadro geral e perspectivas, para fortalecer ainda mais o segmento no Amazonas, o presidente informou que a tendência local acompanha a tendência mundial de investimento na governança, na profissionalização da gestão, qualificação, educação cooperativa, aproximação das entidades coirmãs e fortalecimento político e de representação sindical.
"Temos contado bastante com as compras governamentais para movimentarmos as cooperativas agropecuárias, tanto que estamos estruturando uma Central que terá mais força, não só para vender, mas também para comprar o que elas precisam e e manter funcionando a contento. Precisamos, ainda, dar maior regularidade de produção e fornecimento, instituir selos e ter instrumentos de garantia de qualidade, além de estruturar a verticalização e a logística para escoamento da produção, que têm sido deficientes. Acredito que num ambiente em que estão reunidos a academia e o setor, poderemos celebrar e pensar no que, efetivamente, vai possibilitar mais resultados ao homem do campo", finalizou.
Atualmente, das 45 cooperativas filiadas ao Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB-AM), 22 são cooperativas agropecuárias.
Embrapa e Ufam - O pesquisador na empresa organizadora do Seminário, a Embrapa, Lindomar Silva, disse que o evento possibilita a aproximação de tecnologias, técnicas, processos, produtos e conhecimentos em duas vias, aquelas que partem do produtor e as que se originam em laboratórios e em campo, por meio do pesquisador.
“A diversificação de produtos e modos de produção são as bases da segurança alimentar e da geração de renda. Nesse processo, utilizar tecnologias inovadoras, capazes de atender à demanda local e aumentar a produção, a qualidade do produto e a renda familiar, é essencial. Os eventos coletivos para a formação de um arranjo interinstitucional é a nossa meta neste encontro", observou ele.
Ao receber os participantes, o diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, professor Neliton Marques, foi enfático ao destacar dois grandes objetivos do Seminário.
“Precisamos repensar produção na agricultura familiar e geração de tecnologias inovadoras para incrementar o setor, sendo indispensável estreitar a relação entre a academia e o setor primário, por meio de agendas prioritárias de pesquisa para solucionar temas urgentes, tais como o quadro de eventos extremos (grandes cheias e secas), por exemplo", disse.
O seminário acontece até esta quinta-feira,27, no auditório Samaúma, da FCA, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), das 8h às 17h. Na área externa ao evento, a Embrapa organizou espaços para exposição de produtos e serviços de entidades do setor primário. Entre as representantes cooperativistas estão a Cooperativa Amazonense de Artesanato (Copamart), Cooperativa dos Produtores de Leite da Região de Autazes (Coplam) e Cooperativa Mista de Produtores e Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), além do próprio Sistema, que mantém um estande com produtos, publicações e materiais em referências das atividades de qualificação, esportivas e sociais que realiza junto aos seus cooperados.
Texto: Carla Santos/Coopcom – Cooperativa de Comunicação do Amazonas
Fontes: Sistema OCB-AM e Embrapa

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