quinta-feira, 2 de abril de 2015

"...as pessoas que prometeram ajuda não honraram suas palavras..." - Coomapem

Assembleia aprova venda de patrimônio da Coomapem. É
lamentável que isso esteja ocorrendo com a Cooperativa mais
antiga do Amazonas, 51 anos de existência, se não estou
enganado.
POR ELIEZER FAVACHO
Da Redação Portal Coopnews
A presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiro, anunciou esta semana que a cooperativa irá vender o imóvel onde funciona a sede da organização. “Depois de mais de quarenta anos de lutas para adquirir a sede própria, hoje somos obrigados a vender o nosso maior patrimônio para pagar dividas”, disse Eliana Medeiro. Segundo Eliana Medeiro, a proposta da venda foi aprovada em Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada no dia 29/03 pela maioria dos cooperados. A presidente declarou que a cooperativa possui uma divida de R$ 3,85 milhões, e que precisa ser sanada o mais breve possível, pois, por causa da inadimplência, os cooperados estão impossibilitados de fazer qualquer tipo de negócio, uma vez que suas documentações estão vinculadas a financiamentos que foram feitos para a produção de fibras. A presidente declarou que o patrimônio foi avaliado em R$ 4,2 milhões, porém, devido à urgência em pagar os débitos, os cooperados entraram em consenso durante a assembleia, e decidiram oferecer a sede por R$ 3 milhões, mesmo com perda de R$ 1,2 milhões, valor que, segundo Eliana, daria pra adquirir outro patrimônio grande e com boa localização. Eliana atribui a tomada de decisão à falta da ajuda prometida por órgãos do governo e do município, além de parceiros que foram firmados em 2013, período que a cooperativa foi atingida por um incêndio de grande proporção, onde foram destruídas 750 toneladas de fibras de juta e malva, que estavam armazenadas no depósito da cooperativa em Manacapuru. A presidente afirmou que a fibra destruída estava avaliada há época em aproximadamente R$ 1,5 milhão, e daria para sanar todos os compromissos com os bancos, e ainda sobraria para repassar parte aos produtores. “É muito triste dizer isso, mais as pessoas que nos prometeram ajuda não honraram suas palavras, e hoje nos encontramos nesta situação difícil, tendo que vender o nosso maior patrimônio e continuarmos lutando para que a Coomapem não acabe. Não foi fácil tomar uma decisão como esta, tanto pra mim como para os nossos cooperados, porém avaliamos todos os pontos e decidimos que seria a única saída para ‘limpar’ os nossos nomes, e tentar outra forma de negociar. Precisamos continuar com a esperança de vencermos mais essa batalha. Eu creio que venceremos, pois confio em um povo forte que mora no interior e não desiste das lutas facilmente”, disse emocionada a presidente.

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