quinta-feira, 7 de abril de 2016

Que não seja só MAIS UMA Audiência Pública sobre MALVA e JUTA

Boa iniciativa do deputado Adjuto Afonso para, novamente, discutir os entraves que impedem o crescimento do setor de fibras no Amazonas. Contudo, entendo que a assessoria do deputado deva colocar em pauta as seguintes questões: 

1) Qual a razão do governo estadual ter anunciado no lançamento do Plano Safra AM a formalização de convênio com o Sindicato das Indústrias de Fibras para a compra de sementes no Pará e, até hoje, não ter implementado? Lembro que houve até assinatura no Vasco Vasquez. O que vai ser feito para retomar essa ação?

2) Com relação a subvenção estadual, qual a razão de ainda não ter pago a safra de 2015, e quando vai pagar? Qual a razão da subvenção do juticultor ser de R$ 0,40 kg, enquanto a do seringueiro é de R 1,00 kg? 

3) Apesar do ótimo momento de mercado para as indústrias de fibras, qual a razão da paralisação das atividades da BRASJUTA que deixou desempregado mais de 500 famílias? Parece que o leilão da BRASJUTA não teve interessado. O que vem sendo feito pelo estado para a indústria voltar a funcionar?

4) Há anos, ouvimos que a máquina descorticadora iria tirar o juticultor do sacrifício. Cadê a máquina? 

5) Em passado recente, as exigências do MAPA com relação as sementes importadas do Pará gerou enorme entrave e longos debates. Isso já está resolvido?


Se esses assuntos não entrarem em pauta, certamente será só mais uma audiência pública, mas sei que não é essa a intenção da ALEAM, nem do amigo deputado. A UFAM e EMBRAPA, apesar das dificuldades, já estão com algumas ações em andamento com relação a produção de sementes, portanto, devem ser convidadas. Com  relação à renegociação das dívidas dos juticultores, o que ouvi em uma das últimas reuniões da Sub-Câmara de Fibras do AM é que os bancos estão de portas abertas para renegociar, mas quando o produtor vai até a agência do interior a realidade é outra. Então, e mais uma vez, os agentes financeiros devem ser convidados (BB e BASA), sem esquecer da CAIXA que só tá atuando no PRONAF da bovinocultura. E o setor de fibras? Também precisamos saber qual o pensamento da secretaria de Planejamento sobre a cadeia de fibras. É contra ou a favor da atividade? Sei que a SEPROR defende, pois até faz parte do Plano Safra AM, mas entendo que o estado deve ter apenas uma direção. Sinceramente, não desejo um evento para levantar culpados, isso só nos atrasaria ainda mais, mas que possa haver UNIÃO para que o INTERIOR do Amazonas volte a sorrir, e não esvaziar como vem acontecendo. Que o resultado da audiência pública seja levado, em comitiva (com todos os participantes), ao governador do estado e ao coordenador da bancada federal do Amazonas, pois certamente irão aparecer demandas em nível federal. O setor primário precisa mostrar sua força para ser prioridade. Afinal, temos duas cadeias produtivas com a obrigação de ser exemplo ao país, fibras e borracha.

2 comentários:

  1. Caro Thomaz, com o objetivo de colaborar com a discussão e informar aos leitores do blog sobre o item 5:
    1) Em função da ação do MAPA na fiscalização, muito oportuna por sinal, houve uma movimentação por parte de empresas fornecedoras de sementes de malva no Pará (infelizmente não foi uma ação geral);
    2) Já existe fornecedor com sementes legalizadas no Pará;
    3) Existe oferta de sementes de malva anualmente, infelizmente ainda reprimida em função das incertezas do mercado comprador deste insumo;
    4) No ano passado produtores e fornecedores prepararam-se para atender a demanda do Estado do Amazonas, foram enviadas cotações de preços, mas ficou apenas na promessa e na expectativa frustrada. Isto também ajuda a derrubar o mercado fornecedor.
    5) A safra de sementes de malva no Pará em 2016 depende totalmente da procura por parte do mercado, visto que também é uma atividade extrativista na região. A colheita ocorre a partir do mês de julho. Em função disso, as definições devem acontecer até o final de junho para que se obtenha um resultado ótimo na colheita e não se perca a safra, como tem ocorrido nos últimos anos.

    Moacir Cavalcante da Silva
    MCS COMÉRCIO DE JUTA E MALVA LTDA - ME

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