quarta-feira, 18 de maio de 2016

Reforçando os pleitos do Amazonas ao novo ministro da Agricultura

Essa foto registra o recente encontro entre o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e o presidente da Conab, Igo dos Santos, que foi acompanhado de técnicos da Companhia. O assunto foi o abastecimento de milho no Brasil. Tenho certeza que a Conab/Brasília deve ter feito um relato abrangente ao ministro, mas não custa lembrar alguns pontos de interesse do Amazonas e, também, de outros estados da região Norte. São eles:

1) A região Norte ainda detém um dos maiores índices de extrema pobreza, e no Amazonas a situação é ainda mais grave;

2) Penso que seja indiscutível o alto consumo e a importância do OVO e FRANGO principalmente na população de baixa renda;

3) Contudo, no Amazonas, o menor preço praticado no mercado do MILHO para uso na ração de animais é o da Conab (Vendas em Balcão). Hoje, esse preço é de insuportáveis R$ 55,08 a saca de 60 kg. O ministro Blairo Maggi sabe que é impossível o criador rural permanecer na atividade com o preço nesse patamar. Sem falar dos reflexos no preço de carnes e ovos ao público consumidor. Algo precisa ser feito, pois o Amazonas não planta milho, e é proibido de cultivar soja. Recentemente, os criadores de Santa Catarina disseram que era impossível criar aves e suínos com o milho em R$ 40. Aqui tá R$ 55,08 (60 kg). Desnecessário dizer que o preço praticado no mercado atacadista privado local está absurdamente fora do normal.

4) Além do preço elevadíssimo, o desabastecimento tem sido uma constante no Amazonas. Um dos motivos é a baixa capacidade estática pública na capital (Manaus). Hoje, as remoções não podem ultrapassar 3 mil toneladas. Muitos anos atrás, em trabalha publicado (foto abaixo) pela Conab, já havia o indicativo da necessidade de ampliar a capacidade estática em 9 mil toneladas. Nada foi feito, nem pelo governo federal, nem o estadual. Nesse aspecto, tenho defendido que é dever do governo estadual ampliar essa capacidade de estocagem, pois, no passado, o governo federal fez sua parte;

5) Com relação aos leilões de estoque público, que beneficiam os grandes criadores, é urgente manter certa regularidade para atender os criadores do Norte, prioritariamente aos estados que não cultivam milho e os que passam por enormes entraves ambientais e fundiários que impedem o avanço nessa direção. Além da regularidade nos leilões, o prêmio deve ser diferenciado em razão das distâncias (terrestre e fluvial);

6) Certamente o ministro foi informado que a PISCICULTURA (atividade que ele conhece muito bem) não está entre as atividades contempladas no Vendas em Balcão e nos Leilões. Ao saber, não tenho dúvida de que o ministro irá determinar imediato estudo nessa direção, pois criar peixes sem estar perto do plantio de MILHO e da SOJA é uma tarefa pra lá de complicada;

7) O ministro sabe que no Amazonas não tem soja, nem pode plantar. Também sabe de sua importância no preparo da ração. Nesse sentido, peço que avalie a possibilidade de disponibilizar tal insumo ao Amazonas através do Porto Graneleiro de Itacoatiara;

8) Também entendo que há a necessidade de se revisar os limites fixados no Programa de Vendas em Balcão para a Região Norte. Os atuais impedem e limitam o crescimento da atividade, que é básica para a segurança alimentar e nutricional. É só analisar o acesso do Amazonas aos últimos leilões feitos pelo Governo e constatar o baixíssimo acesso dos criadores locais. Tenho conhecimento que apenas DOIS participaram.

9) Por fim, quero pedir ao ministro que evolua no estudo do PEP AMAZÔNICA (escoamento interno), instrumentos importantíssimo para remoção de produtos dentro do próprio estado e/ou região. Essa minha sugestão é focada nos produtos do extrativismo/manejo, portanto, não terá  impacto significativo no orçamento diante da pequena produção, mas ganhos expressivos na melhoria de vida da população que preserva a floresta ao mundo;

10) Com relação aos produtos que integram a PGPMBio, lembramos do pirarucu de manejo e, ainda, da necessidade do valor do preço mínimo contemplar um "plus" pelos serviços ambientais prestados pelos povos da floresta;

Obs: Lendo o facebook do ministro Blairro Maggi vi que, hoje, ele iria receber a visita do governador de Mato Grosso. Nesse sentido, seria interessante que o governador José Melo agendasse encontro para discutir essa pauta (se achar interessante) ou outras (aftosa, ZARC). O que não podemos é ficar calados, e continuar nossa perigosa dependência do modelo econômico do Polo Industrial de Manaus. 
Capa do trabalho publicado pela Conab detalhando a necessidade de armazéns em todo território nacional

O diagnóstico no Amazonas aponta para a necessidade de 9.000 toneladas. Concordo plenamente!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário