Da
Agência Brasil
Brasília – A manifestação de trabalhadores do
campo provocou tumulto em frente ao Palácio do Planalto. Os manifestantes
derrubaram a grade de ferro usada para conter multidões na Praça dos Três
Poderes. Para controlar a situação, a Polícia Militar (PM) chegou a usar
spray de pimenta para dispersar os manifestantes.
Após a confusão, um grupo de camponeses conseguiu entregar uma carta com
reivindicações no Planalto, endereçada ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Gilberto Carvalho, responsável pela articulação do
governo com os movimentos sociais.
Quatro carros e um ônibus da Tropa de Choque da PM reforçam a segurança nos
acessos ao Palácio do Planalto. Os manifestantes estão agora concentrados em
frente ao Congresso Nacional. Foram colocadas cruzes brancas no gramado
simbolizando as mortes decorrentes dos conflitos no campo.
Na marcha, os camponeses pedem agilidade na reforma agrária e melhores
condições de trabalho. “Queremos colocar para os Três Poderes que eles precisam
compreender a importância da reforma agrária para o desenvolvimento econômico e
social do Brasil. Este tema tem que estar na centralidade da pauta”, disse
William Clementino, secretário de política agrária da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura (Contag).
A Polícia Militar estima que 1,5 mil a 3 mil pessoas participam do protesto.
A estimativa da organização do evento é 10 mil. Devido ao protesto, o trânsito
ficou congestionado nas proximidades do Planalto e do Congresso Nacional nas
primeiras horas da manhã.
Desde o dia 20, os trabalhadores estão reunidos no Parque da Cidade.
Participam do evento representantes de povos indígenas, comunidades
tradicionais, assentados da reforma agrária, agricultores familiares
extrativistas, povos da floresta, pescadores artesanais, quilombolas e ainda
trabalhadores assalariados.
Para os líderes do movimento, os focos da manifestação se baseiam no debate
sobre a unidade nos movimentos agrários em torno da agenda comum na luta pela
terra, a busca por alternativas contra as ameaças de destruição social, cultural
e física dos camponeses e a celebração do cinquentenário do 1º Congresso
Camponês, de caráter nacional, ocorrido em Belo Horizonte (Minas Gerais), em
1961.
Colaborou Carolina Sarres
Edição: Carolina Pimentel
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