Em mais uma demonstração
de unidade e de organização quando o assunto é a luta pela terra, os movimentos
sociais pela reforma agrária se reuniram na tarde dessa terça (14 de agosto), no
escritório nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para os ajustes
finais do Encontro Nacional Unificado dos Trabalhadores (as) e Povos do Campo,
das Águas e das Florestas, que acontece de 20 a 22 de agosto, em Brasília, e que
tem por objetivo fortalecer a luta pela reforma agrária, fazer pressão no
governo e dialogar com a sociedade sobre os direitos dos trabalhadores (as)
rurais e o papel estratégico da reforma agrária no desenvolvimento agrário e
econômico do Brasil.
Durante toda a tarde os representantes da CPT, CONAQ, PESCADORES, CONTAG,
FETRAF, MAB, MMC, MPA e MST acertaram os detalhes da mobilização que vai
culminar com uma grande marcha no último dia do encontro, reunindo cerca de 10
mil pessoas de todo o país. Para Willian Clementino, secretário de Política
Agrária da CONTAG, a reunião foi bastante positiva: “Fizemos um balanço otimista
de todo o nosso processo de mobilização e de construção do Encontro Unitário,
que será estratégico para os movimentos sociais e também para a sociedade
brasileira porque nele faremos o aprofundamento de nossos debates históricos
sobre a reforma agrária e pressionaremos o Estado brasileiro a recepcionar
devidamente a nossa pauta da reforma agrária”. Representando a CONTAG, também
estiveram presentes na reunião Aristides Santos, secretário de Finanças e
Administração da CONTAG e Carmen Foro, secretária de Mulheres Trabalhadoras
Rurais da confederação.
O representante do MST, Valdir Misnirovicz, acha que a construção do
Encontro Unitário está gerando uma expectativa interna muito grande no movimento
“Porque vemos neste processo a possibilidade de desbloquear a reforma agrária,
que se encontra há anos paralisada. O governo brasileiro fez a opção de
fortalecer a política do agronegócio e abandonou a ideia de realização de uma
reforma agrária ampla. Isso se traduz nos escassos orçamentos para a área e na
quase inexistência de decretos para criação de novos assentamentos. Essa
situação vem gerando um tensionamento imenso e, em função disso, a violência no
campo vem aumentando, tendo como consequência o crescimento do sofrimento das
famílias acampadas. Além desse problema, o conjunto de políticas e medidas
destinadas pelo governo federal aos pequenos agricultores e assentados não têm
sido universalizados e implementados, impedindo assim o desenvolvimento dos
assentamentos e das áreas de agricultura familiar camponesa”.
O Encontro Nacional acontece no momento em que se comemoram os 50 anos da
CONTAG e do 1º Congresso Camponês, este um primeiro momento histórico de unidade
dos movimentos do campo pela reforma agrária.
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