quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Índia fala sobre alimentação do passado e do presente



Nos próximos dias 12 e 13 (terça e quarta), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) realiza em Brasília o 1º Seminário de Mulheres Indígenas e Segurança Alimentar e Nutricional. O encontro, que ocorre na sede da Contag, no Núcleo Bandeirante (DF), reunirá 60 mulheres indígenas de diversas etnias e das cinco regiões do país.
Uma das atividades da programação serão as rodas de conversa, nas quais as participantes trocarão experiências sobre práticas e saberes. Na entrevista a seguir, a indígena Francisca Oliveira de Lima Costa, do Acre, na região Norte, fala sobre a alimentação de seu povo.

Como era a alimentação de vocês?
Antigamente, na nossa alimentação, não tinha alimentos industrializados, assim também como não tinha tanta dependência de programas sociais, e não tinha tantas doenças e nem mortalidade infantil e nem desnutrição nas crianças indígenas; nós se alimentava de muitos recursos naturais, hoje não é mais assim, tudo mudou, tudo está diferente. Antigamente nós escolhia o que queria se alimentar, hoje não é mais assim.

E hoje como é alimentação?
Muitos produtos industrializados, por conta de que em alguns lugares não ter mais floresta e que não é o caso do Acre. Muitas doenças que os índios não conhecem e nem os pajés cura, doenças que estão chegando nas aldeias, hoje no Acre tem o programa de Gestão Territorial e Ambiental onde se pensa os planos de gestão de cada terra; esse plano não é uma lei e sim uma regra de como pensar usar os recursos natural sem acabar e também de viver bem em uma terra demarcada, pensando com isso a merenda regionalizada da própria comunidade e articular com os governos ações prioritária para essa terra de como melhorar o bem viver desses povos indígenas.


Como vocês querem a alimentação no futuro próximo?
Queremos os alimentos consociados e com abundância de acordo com a realidade e necessidade de cada povo e região. Sistema agroflorestal implantado em cada terra indígena, a merenda escolar regionalizada, com isso impedindo a entrada de lixo nas aldeias indígenas, e também as famílias com seus roçados tradicionais e legumes fortalecidos.

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