Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que os fiscais agropecuários
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mantenham de 70% a
100% de seu efetivo trabalhando, dependendo da área de atuação. A decisão é do
ministro Napoleão Nunes Maia Filho e atendeu a pedido de medida cautelar da
Advocacia Geral da União (AGU). No caso de descumprimento, está prevista multa
diária de R$ 100 mil contra o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais
Agropecuários (Anffa Sindical).
O ministro determinou que 100% dos fiscais em atividades de controle,
fiscalização e inspeção de produtos animais e agropecuários em aeroportos,
fronteiras, estabelecimentos de abate, laticínios e certificação de frutas
permaneçam trabalhando. Para os funcionários lotados na Secretaria de Defesa
Agropecuária, em Brasília, e em unidades do ministério em outros estados, a
exigência é que um mínimo de 70% do quadro exerça suas funções.
Maia Filho justificou a decisão dizendo que o direito de greve deve ser
compatível com a necessidade de manutenção de serviços essenciais à saúde. Ele
destacou que as atribuições dos fiscais são complexas e essenciais à proteção da
saúde da população. O ministro também apelou às partes - governo federal e
fiscais - para que se esforcem em buscar conciliação. “Concito as partes em
dissídio que desenvolvam esforços compreensivos urgentes, mediante recíprocas
transigências, para que se encontre, o quanto antes, a solução conciliatória
desse impasse”, disse.
O presidente da Anffa Sindical, Wilson Roberto de Sá, disse que os fiscais
cumprirão a determinação, mas informou que os assessores jurídicos do sindicato
vão recorrer da decisão. "Nossos advogados vão entrar com solicitação de embargo
junto ao colegiado do STJ", disse. Para ele, ao determinar que 100% dos fiscais
retorne ao trabalho no caso de algumas atividades, o ministro fere o direito de
greve. "Se você manda a categoria inteira voltar a trabalhar, então não temos
direito à paralisação".
Os fiscais agropecuários reivindicam reajuste salarial e concurso público
para contratação de mais funcionários. Segundo a Anffa Sindical, um total de
3.246 fiscais é responsável por monitorar lavouras, fronteiras, portos e
aeroportos de todo o país, número que seria insuficiente para dar conta do
serviço.
Edição: Fábio Massalli
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