A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA
AGRICULTURA – CONTAG repudia as recentes manifestações da presidente da CNA e
senadora Kátia Abreu, que afirma que “a reforma agrária não é uma padaria que
produz pão sem parar” e que “um dia tem que acabar”, numa tentativa de
demonstrar que o processo de distribuição de terras estaria superado no
Brasil. A CONTAG reafirma a importância e a urgência da realização da
Reforma Agrária, como medida essencial para promover o desenvolvimento rural
sustentável e solidário e romper com as desigualdades no campo. A escandalosa
concentração da terra, que produz a fome e a miséria no campo, e os altos graus
de exploração do trabalho e da natureza produzidos pelo modelo do agronegócio
exigem uma forte intervenção do Estado para democratizar a propriedade e
garantir o cumprimento da função socioambiental da terra. Os reais
interesses da senadora, que representa o pensamento do conservador setor
ruralista brasileiro, é o de continuar se valendo do poder sobre o governo e o
Estado para manter a grilagem de terras públicas e o domínio sobre o território
e a vida das pessoas no campo, utilizando-se do falso argumento de que é o
agronegócio que produz o desenvolvimento rural. Na verdade, são as
unidades produtivas da reforma agrária e da agricultura familiar que, com sua
multifuncionalidade, extensões e formas de organização da produção e de
trabalho, que respondem pela soberania e a segurança alimentar, soberania
territorial, produção com preservação da biodiversidade e pela reprodução da
dinâmica da vida no campo. Estes objetivos respondem pelas demandas
atuais da humanidade de produção de alimentos saudáveis com conservação
ambiental, garantia de trabalho digno e qualidade de vida no campo e nas
cidades, justificando plenamente a atualidade da reforma agrária que democratize
o direito à terra e garanta políticas e serviços públicos que assegurem o pleno
desenvolvimento dos projetos de assentamento e da agricultura familiar.
Diretoria da CONTAG Brasília, 23 de novembro de
2012
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