Mariana Tokarnia
Repórter da
Agência Brasil
Brasília – Os participantes da Cúpula Social do Mercosul pediram hoje (5) a
criação do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul Social (Focem
Social) e o livre comércio de produtos da economia solidária nos países da
região. Essas foram algumas das propostas discutidas nos cinco eixos temáticos
da cúpula, que ocorre na capital federal. Elas serão sistematizadas e devem
compor a Declaração Final da Cúpula Social que será entregue na sexta-feira (7)
aos chefes de Estado do Mercosul.
O Focem Social terá o objetivo de
promover os investimentos em educação, saúde, economia solidária, entre outras
causas sociais, diferentemente do Fundo para a Convergência Estrutural e
Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), cujos recursos são
direcionados para outros fins. “Os recursos [do Focem] foram voltados a reformas
estruturais que beneficiaram grandes empresas e não o social”, disse Rogério
Correa, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
Segundo os participantes do eixo
temático Cooperação para o Desenvolvimento e Integração Regional, onde o assunto
foi discutido, o atual Focem não daria conta das necessidades dos países membros
daí a necessidade de se ter o Focem Social.
O Focem foi criado em 2004 (entrou
em vigor em 2007) para desenvolver estrutural e socialmente os países membros. O
Brasil é o maior contribuinte, com 70% dos recursos. A Argentina é responsável
por 27%; o Uruguai, por 2%; e o Paraguai, 1%. A Venezuela registrou disposição
de participar do Focem, como contribuinte e beneficiária. Os termos da
participação venezuelana deverão ser anunciados até sexta-feira (7) na Cúpula de
Brasília.
Outra proposta que teve destaque foi
a do livre comércio de produtos advindos da economia solidária. Na opinião de
Bruno Dias, da Unila, uma frase marcou a discussão: “Não são as fronteiras, mas
as barreiras que limitam o comércio desses produtos”. Segundo ele, a economia
solidária tem como princípio priorizar a qualidade de vida do produtor e a
qualidade do produto e não a busca do lucro unicamente.
A Cúpula Social ocorre desde 2006
como um espaço de diálogo entre os governo e a sociedade civil do Mercosul. A
cúpula reúne representantes de governos, parlamentos, centrais sindicais,
confederações da agricultura familiar, pastoris, cooperativas, organizações de
pequenos e médios empresários e entidades civis.
Edição: Aécio Amado
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