segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Comentário de LEITOR sobre a "Importação de fibras"

Meu amigo e leitor do "Thomaz Rural", Moacir, mais
 uma vez traz comentários interessantes e fundamentados
sobre a cadeia de fibras (malva e juta) no Amazonas.
De fato, sem SEMENTE todo o processo será
comprometido. A produção de "semente" em
nosso estado ainda não aconteceu, continua presente
somente nos discursos. Parece que a UFAM vem
trabalhando nesse sentido. Moacir fez parte desse
encontro que aconteceu na FAEA (foto)

Caro Thomaz, bom dia.

Acerca do seu post sobre a importação de fibras pela Brasjuta, gostaria de colaborar com o seguinte comentário. Novamente não consegui postar pelo blog.

Sds,

Moacir

A realidade é que hoje existe um limitador para a elevação da produção de fibras no Amazonas que é a baixa produção e oferta do principal insumo, a semente de malva e juta. A safra do próximo ano (2015) também será reduzida, pois foram a campo somente cerca de 40.000 quilos de sementes, o que deve gerar uma safra de fibras em torno de 3.500 toneladas de fibra, isso contando com um comportamento normal do rio (sem nova enchente elevada).
Como se sabe, as sementes são produzidas no Pará e a cultura naquele estado está em descendência há alguns anos. São necessários investimentos urgentes no setor para buscar a motivação dos produtores de sementes de malva e de juta para plantio no Amazonas. Somente assim será possível elevar a produção de fibras no Amazonas e o atendimento das fábricas.
O Amazonas necessita de 120.000 quilos de sementes nos próximos anos para plantar e atender a produção de fibras das indústrias nacionais. Caso contrário, a importação será a saída para que as empresas não paralisem suas atividades e o quadro piore com o desemprego de muitos trabalhadores.
A importação, hoje necessária, tira do país e das nossas regiões ribeirinhas do Amazonas e do nordeste do Pará recursos necessários e já escassos. Além disso, reduz as oportunidades para muitas famílias que há anos tiram seu sustento desse tão importante setor da economia da Região Norte.
Em agosto deste ano apresentamos para alguns agentes do setor no Amazonas um projeto para a revitalização da produção de sementes no Estado do Pará, cujo custo pode ser perfeitamente suportado no preço pago atualmente pelo insumo pelo Estado do Amazonas. Sem sementes para o produtor plantar e produzir a fibra, a elevação do valor da subvenção perde o sentido pois não terá o alcance necessário. Infelizmente o Estado do Pará não prioriza e nem direciona investimentos para esta cultura.
Não seria melhor, então, nos próximos anos o governo do Amazonas direcionar o valor adicional do subsídio para investimento na produção do insumo no Pará, tendo em vista que a produção de fibras é uma prioridade para o governo?

Moacir Cavalcante da Silva
MCS Comércio de Juta e Malva Ltda ME

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