A Secretaria Executiva das Câmaras Setoriais da Secretaria de Planejamento (Seplan-AM) se reuniu pela primeira vez no ano de 2015, na manhã desta quarta-feira, 11 de fevereiro, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), com o objetivo de discutir medidas que contribuam para soluções dos problemas que o setor de fibras natural enfrenta atualmente.
O presidente da FAEA, Muni Lourenço, declarou que a Câmara de Fibras cumpre o seu papel de reunir todos os representantes para buscar soluções conjuntas para o setor no Estado. “Esperamos sair daqui com um entendimento do que é melhor para o setor, para a cadeia produtiva e para o Amazonas", disse.
Na pauta da reunião, as questões colocadas foram ás previsões de disponibilidade de sementes de juta e malva para a safra de 2015 e o acesso dos produtores, subvenção governamental, endividamento dos produtores, a falta de recursos para absorver a safra de fibras 2014/2015, pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias e a compra de sacaria para estoques públicos e armazenagem. O primeiro tópico, que se refere à disponibilidade de sementes, gerou pronunciamentos distintos entre representantes governamentais, sindicais e de produtores.
Para o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Edimar Vizolli, a produção de fibras precisa ser analisada em todas as suas especificidades, desde, se ainda representa uma cultura promissora para as famílias, associações e cooperativas até os riscos no que tange à salubridade dos trabalhadores que se encontram no campo. O posicionamento de Vizolli produziu reações distintas durante a reunião.
Para um dos responsáveis do setor de produção vegetal do Idam, Zacarias Gondin, a questão de o Amazonas não produzir suas próprias sementes e tê-las de importar do Estado do Pará é uma questão política, que demonstrara uma inabilidade do poder público de prover soluções efetivas para o problema que essa dependência causa.
"Já são 12 anos em que essas reuniões acontecem e é esse o mesmo tempo que o problema se apresenta recorrente e se arrasta, sem nenhuma solução. Este ano, a safra não deve superar as 2,5 mi toneladas. O que fazer? Os produtores se questionam se a subvenção vai ser liberada no tempo certo, se vão plantar e poderão colher. Todos os anos o quadro de questionamentos é o mesmo", ressaltou.
Sob a outra ótica, a presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiro, acredita que, o Amazonas produzir sementes dentro do estado não seria a maneira mais indicada de garantir a produção das fibras.
"Precisamos nos organizar aqui, focarmos no plantio das fibras e alinhavarmos essa parceria com o Pará para que eles continuem nos fornecendo as sementes. Pelo fato de nossa produção ter despencado, em função de uma série de outros fatores, o Pará também enfraqueceu na produção de sementes, e eu pude acompanhar de perto. Assim como nossos juticultores estão em parte desmotivados para produzir as fibras, há outros que estão migrando para produzir outras culturas. A mesma situação acontece lá. A situação é tão grave, que eles vêm considerando as sementes como pragas. Eu tenho família que lida diretamente com o plantio das fibras e eu não gostaria de vê-los trabalhando em todo o ciclo. Se temos o convênio, por que não o mantermos?", indagou.
Acompanhando os posicionamentos, o deputado Dermilson Chagas (PDT) recebeu as reclamatórias e afirmou que se compromete a fazer o melhor no seu mandato para minimizar os problemas apresentados pelos produtores, gestores e instituições ligadas ao primeiro setor.
"Vejo aqui que são muitos as lacunas a serem observadas e trabalhadas como forma de fortalecermos a cadeia produtiva da juta. Precisamos unir forças, porque não é apenas uma saída legal que devemos encontrar, mas técnica e política. Estamos à disposição e a AlEAM está de portas abertas para dialogar e buscar soluções para o setor", ratificou.
Além do parlamentar, os presentes ao encontro eram oriundos da Superintendência Federal do MAPA no Amazonas (SFA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Amazônia Ocidental (Embrapa), Delegacia Regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria de Estado da Produção Rural do Amazonas (Sepror), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (ADS), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Agência de Fomento do Estado do Amazonas (AFEAM), o Sistema OCB/Sescoop-AM, cooperativas e empresas ligadas ao setor e a Universidade Federal do Amazonas (Faculdade de Ciências Agrárias). Além desses, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM), a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado do Amazonas (CEDRS-AM) e a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) (Comissão de Agricultura) também enviaram representantes.
O presidente do Instituto de Fomento à Produção de Fibras Vegetais da Amazônia (Ifrabam), Arlindo Leão, ressaltou um tópico importante em meio ao debate: o fato de a própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançar mão de editais para compra de sacos feitos de polipropileno, quando poderia fazê-lo para compra de sacarias feitas de juta ou malva.
"A resposta pode até ser justificada pelo valor, considerando o preço do produto feito em polipropileno, que é mais barato, mas por uma questão ambiental e de incentivo à cadeia produtiva, a Conab poderia fazer mais, atuar como parceira dos produtores, principalmente neste período, em que enfrentamos uma grave crise", disse.
Texto: Carla Santos/Coopcom – Cooperativa de Comunicação do Amazonas
Fonte: FAEA
O presidente da FAEA, Muni Lourenço, declarou que a Câmara de Fibras cumpre o seu papel de reunir todos os representantes para buscar soluções conjuntas para o setor no Estado. “Esperamos sair daqui com um entendimento do que é melhor para o setor, para a cadeia produtiva e para o Amazonas", disse.
Na pauta da reunião, as questões colocadas foram ás previsões de disponibilidade de sementes de juta e malva para a safra de 2015 e o acesso dos produtores, subvenção governamental, endividamento dos produtores, a falta de recursos para absorver a safra de fibras 2014/2015, pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias e a compra de sacaria para estoques públicos e armazenagem. O primeiro tópico, que se refere à disponibilidade de sementes, gerou pronunciamentos distintos entre representantes governamentais, sindicais e de produtores.
Para o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Edimar Vizolli, a produção de fibras precisa ser analisada em todas as suas especificidades, desde, se ainda representa uma cultura promissora para as famílias, associações e cooperativas até os riscos no que tange à salubridade dos trabalhadores que se encontram no campo. O posicionamento de Vizolli produziu reações distintas durante a reunião.
Para um dos responsáveis do setor de produção vegetal do Idam, Zacarias Gondin, a questão de o Amazonas não produzir suas próprias sementes e tê-las de importar do Estado do Pará é uma questão política, que demonstrara uma inabilidade do poder público de prover soluções efetivas para o problema que essa dependência causa.
"Já são 12 anos em que essas reuniões acontecem e é esse o mesmo tempo que o problema se apresenta recorrente e se arrasta, sem nenhuma solução. Este ano, a safra não deve superar as 2,5 mi toneladas. O que fazer? Os produtores se questionam se a subvenção vai ser liberada no tempo certo, se vão plantar e poderão colher. Todos os anos o quadro de questionamentos é o mesmo", ressaltou.
Sob a outra ótica, a presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiro, acredita que, o Amazonas produzir sementes dentro do estado não seria a maneira mais indicada de garantir a produção das fibras.
"Precisamos nos organizar aqui, focarmos no plantio das fibras e alinhavarmos essa parceria com o Pará para que eles continuem nos fornecendo as sementes. Pelo fato de nossa produção ter despencado, em função de uma série de outros fatores, o Pará também enfraqueceu na produção de sementes, e eu pude acompanhar de perto. Assim como nossos juticultores estão em parte desmotivados para produzir as fibras, há outros que estão migrando para produzir outras culturas. A mesma situação acontece lá. A situação é tão grave, que eles vêm considerando as sementes como pragas. Eu tenho família que lida diretamente com o plantio das fibras e eu não gostaria de vê-los trabalhando em todo o ciclo. Se temos o convênio, por que não o mantermos?", indagou.
Acompanhando os posicionamentos, o deputado Dermilson Chagas (PDT) recebeu as reclamatórias e afirmou que se compromete a fazer o melhor no seu mandato para minimizar os problemas apresentados pelos produtores, gestores e instituições ligadas ao primeiro setor.
"Vejo aqui que são muitos as lacunas a serem observadas e trabalhadas como forma de fortalecermos a cadeia produtiva da juta. Precisamos unir forças, porque não é apenas uma saída legal que devemos encontrar, mas técnica e política. Estamos à disposição e a AlEAM está de portas abertas para dialogar e buscar soluções para o setor", ratificou.
Além do parlamentar, os presentes ao encontro eram oriundos da Superintendência Federal do MAPA no Amazonas (SFA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Amazônia Ocidental (Embrapa), Delegacia Regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria de Estado da Produção Rural do Amazonas (Sepror), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (ADS), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Agência de Fomento do Estado do Amazonas (AFEAM), o Sistema OCB/Sescoop-AM, cooperativas e empresas ligadas ao setor e a Universidade Federal do Amazonas (Faculdade de Ciências Agrárias). Além desses, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM), a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Estado do Amazonas (CEDRS-AM) e a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) (Comissão de Agricultura) também enviaram representantes.
O presidente do Instituto de Fomento à Produção de Fibras Vegetais da Amazônia (Ifrabam), Arlindo Leão, ressaltou um tópico importante em meio ao debate: o fato de a própria Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançar mão de editais para compra de sacos feitos de polipropileno, quando poderia fazê-lo para compra de sacarias feitas de juta ou malva.
"A resposta pode até ser justificada pelo valor, considerando o preço do produto feito em polipropileno, que é mais barato, mas por uma questão ambiental e de incentivo à cadeia produtiva, a Conab poderia fazer mais, atuar como parceira dos produtores, principalmente neste período, em que enfrentamos uma grave crise", disse.
Texto: Carla Santos/Coopcom – Cooperativa de Comunicação do Amazonas
Fonte: FAEA
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