Notícia do dia 08/02/2017
A importação de alimentos em Parintins chegou a 96,5% de janeiro a setembro de 2015 somente nos itens frutas e hortaliças provenientes de Santarém/PA, segundo relatório da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (ADAF), indicando que R$9 milhões anuais deixaram de circular no município pela deficiência na produção agrícola. Mudar essa realidade é o grande desafio que a Secretaria de Pecuária, Agricultura e Abastecimento (Sempa) terá que enfrentar para cumprir a meta do prefeito Bi Garcia e do vice Tony Medeiros de tornar o setor primário um diferencial no crescimento da economia.
"Nós estamos travando uma luta titânica, mas com a plena convicção de que é possível trabalhar um plano de desenvolvimento rural sustentável para transformar a vida no campo e elevar nossa economia. O prefeito Bi Garcia tem nos recomendado para que façamos o que for necessário pra incentivar o produtor rural", destacou o secretário Edy Albuquerque.
O Relatório de Trânsito Interestadual e Intermunicipal de Vegetais e seus Produtos e Subprodutos da ADAF Parintins, que atua com a barreira vegetal para evitar entrada de doenças no município, mostra que além de Santarém, 0,3% de frutas e hortaliças são procedentes de Belém e 3,65% de São Paulo.
De janeiro a setembro de 2015, a importação revelou números surpreendentes. O abacate, por exemplo, foram 256,70 toneladas, que ao preço de R$3,50 (três reais e cinquenta centavos) o quilo, somaram R$ 898.450,00 (oitocentos e noventa e oito mil, quatrocentos e cinquenta reais). Hoje no comércio local o preço do abacate está R$ 8,00 (oito reais) o quilo e continua vindo de fora.
A banana também registrou 768 toneladas que passaram pela fiscalização da ADAF em 2015, num total de R$ 2.305,048,00 (dois milhões, trezentos e cinco mil, quarenta e oito centavos). Outras frutas com registro de importação são abacaxi, acerola, coco, laranja, limão, mamão, maracujá, melancia, melão e tangerina.
Quando o cenário se volta para as hortaliças, os números indicam que o cheiro verde chegou a 14 toneladas, o que representou mais R$ 182 mil circulando na economia de Santarém, cidade com tradição em colônias agrícolas que funciona como um grande entreposto por sua ligação com sul e sudeste. Já a região periurbana do Paraná do Limão que mais produz cheiro verde, não supre a demanda local. Outros itens que constam do relatório são couve, abóbora, batata doce, cenoura, maxixe, pimenta de cheiro e repolho.
Horticultura terá incentivos
Implantar e incentivar projetos de hortas domésticas, quintais produtivos e hortas escolares estão entre os programas da cadeia produtiva de hortaliças, de acordo com o coordenador de produção vegetal da Sempa, Luiz Carlos Roçodo. A saída para reduzir a importação é incentivar a implantação de unidades produtivas de hortaliças em cultivo protegido, melhorias da técnica de cultivo de hortaliças em balcões, em cultivo de plantio direto e protegido. O município tem projetos para subsidiar a horticultura periurbana, implantar sistemas de irrigação nas áreas de produção hortícola e promover capacitação para a produção com uso de insumos orgânicos ( compostagem, biofertilizante e bioinseticida). Incentivo a feira de produtos naturais e orgânicos também está no planejamento.
Investimentos na fruticultura
Para fortalecer a cadeia produtiva da fruticultura de Parintins, a Sempa está elaborando um diagnóstico das comunidades produtoras de frutas. Vai articular a implantação ou a melhoria de pelo menos duas agroindústrias ou duas mini agroindústrias artesanais nas comunidades que forem selecionadas. Promoverá treinamentos de administração, processamento de frutas e tratos culturais à produção de frutas e sua comercialização, além de eventos técnicos relacionados ao desenvolvimento da fruticultura do município, em conjunto com parceiros. Outra medida é prestar assessoria técnica aos produtores visando uma produção saudável, agroecológica e orgânica.
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