terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cooperativismo ajuda legalizar atividade de garimpos no Amazonas

 
 
Geomário Leitão quer expandir a extração de ouro para outros municípios
No passado, a extração de ouro na Amazônia criou tantos e variados problemas que a atividade precisou ser enquadrada pelas autoridades públicas, o que a fez quase desaparecer em todo o Estado. Hoje, uma nova realidade começa a ganhar corpo nos garimpos com a implantação do conceito de cooperativismo na extração de ouro na Amazônia, sem deixar como resultado as mazelas sociais, ambientais e econômicas nas áreas de mineração.

No município de Humaitá, uma nova história sobre extração de ouro começa a ser escrita pela Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia - Coogam, com agressão mínima ao meio ambiente, legalidade na venda do minério, recebimento de impostos pelos entes federativos e muita organização. "Não vamos permitir uma "corrida do ouro", como no passado, quando o garimpo trazia muitos problemas às comunidades onde acontecia a atividade", garante o presidente da Coogam, Geomário Leitão.

Conforme ele explica, os garimpeiros cooperados trabalham com licença ambiental, emitida pelos órgãos encarregados de fiscalizar essa atividade, e por isso podem ser responsabilizados por qualquer dano ambiental. No entanto, Geomário garante que esse risco é mínimo, uma vez que a tecnologia utilizada para extração de metal é mecânica e não mais química, que evita o uso de mercúrio na separação do ouro.

Esse diferencial são as mesas vibratórias instaladas nas dragas que recolhem material do leito rio Madeira, onde a Coogam atua. Após separar o ouro da terra dragada do rio, esse material retorna ao rio, com o mínimo de dano ao meio ambiente. Segundo Geomário, algumas balsas que estão atuando na área do garimpo ainda usam a separação química, mas o processo é realizado em recinto fechado e não deixa os vapores do mercúrio vazar para a atmosfera.

Geomário garante que a atividade cooperativa no garimpo é segura e atua dentro da legalidade. "Hoje garantimos 900 empregos diretos nas balsas e todo ouro extraído é vendido com nota fiscal, em nome do cooperado, com seu CPF, o que permite às autoridades terem controle sobre a comercialização do minério", diz o presidente da Coogam.

De acordo com ele, em agosto, a cooperativa comercializou dez quilos de ouro, o que garantiu ao município de Humaitá 1,5% sobre o total das vendas através do Imposto de Aplicação Financeira (IOF). Além disso, informa Geomário, a cooperativa adquire todo o combustível para operar as máquinas no garimpo no próprio município, assim como se abastece de gêneros alimentícios no comércio local e contrata serviços entre os profissionais da cidade.

Com dez licenças ambientais para garimpar no rio Madeira, a Coogam espera chegar até o final do ano com produção total de 600 quilos de ouro extraídos das áreas autorizadas. Geomário também informa que a experiência cooperativa de mineração vai se estender aos municípios de Manicoré, Borba e Novo Aripuanã.

Fonte: Sistema OCB/Sescoop-AM

Texto e fotos: Coopcom – Cooperativa de Comunicação do Amazonas

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