Uma reunião entre técnicos da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), Ceplac e produtores rurais, na manhã de quinta-feira
(8), na sede regional da Ceplac, deu início ao processo de definição dos custos
da produção do cacau com vistas à formação de um preço mínimo para o produto. O
objetivo é que o produtor tenha a garantia, pelo governo federal, de ser
remunerado em sua atividade num nível que ao menos cubra seus custos e lhe
garanta algum lucro. Outra discussão vai tratar de questões como seguro safra e
cálculo de safra, este último uma ferramenta que o produtor terá para garantir
questões como estocagem de amêndoas e comercialização.
A proposta de preço mínimo será formatada pela
Conab e depois encaminhada ao Ministério da Agricultura e, em seguida, ao da
Fazenda. A garantia do preço mínimo já é utilizada em quase todas as culturas,
especialmente as de grãos, e asseguram um valor determinado toda vez que o
mercado cota a menor o preço de determinado produto. Com isso, o produtor tem a
garantia de assegurar uma remuneração da atividade, sem prejuízos e com algum
lucro.
Com base nas informações fornecidas por
servidores da Ceplac e produtores, o analista de custos da Conab, Bevenildo
Fernandes vai formatar uma planilha de custos que será apresentada ao Mapa e ao
Ministério da Fazenda. “Nossa parte é definir o que é custo da produção. Quanto
o produtor dispende para coneguir o cacau em ponto de comercialização. A parte
política cabe aos ministérios, especialmente ao da Fazenda, que é quem bate o
martelo”, analisou.
De acordo com o técnico de planejamento Mario
Cézar Luz Ferreira, responsável pela commoditie cacau na Conab, o desafio é
mostrar que apesar de a amêndoa do cacau ser cotada em bolsa de valores, os
produtores amargam prejuízos por anos seguidos.
“Vou tentar provar nas instâncias que definem a
política de preço mínimo que a cacauicultura brasileira enfrenta a concorrência
de países que não remuneram seus trabalhadores como o produtor brasileiro, não
possuem uma relação com o meio-ambiente como no Brasil, que submete todos a um
arcabouço de leis ambientais. Por tudo isso, essa relação sempre tende a ser
injusta com nossos cacauicultores”, obserja Mario Ferreira.
Contexto
A política de preço mínimo não é unanimidade
entre técnicos e estudiosos mas, diante do processo de desvalorização da
atividade, em que a balança é sempre negativa para o produtor, acaba por ser
aceita como medida paliativa até pelos críticos. “A cada arroba colhida, o
produtor paga cerca de R$ 10,00 a mais do que o preço que consegue vendê-la.
Está claro que a atividade não tem sido rentável para o produtor. Pelo
contrário”, esclarece o economista da Ceplac, Antônio Zugaib.
Já o superintendente regional da Ceplac, Juvenal
Maynart, avalia que a discussão de preço mínimo é apenas um detalhe dentro de um
contexto maior. “O cacau volta a ser discutido, e isso é bom. Foi restabelecida
uma dialética em torno da cacauicultura. Não se pode negar que o momento é
propício a diversos avanços, e eles têm ocorrido. Hoje, ao contrário do que se
via há alguns anos, o produtor volta a ter esperança. A produção volta a ter
destaque positivo na imprensa. A produtividade está sendo retomada e, em alguns
casos, supera a do período pré-vassoura. É um processo positivo e isso, sem
dúvida, é reflexo da atuação da Ceplac”.
Jornalista da Sueba - Superintendência da Ceplac
na Bahia
Domingos Matos
Assessoria de Comunicação da Ceplac
Domingos Matos
sexta-feira, 09/11/2012
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