domingo, 28 de julho de 2013

Pesquisas apontam avanços para o múltiplo uso da pupunheira




Ceplac.gov
Foto: Ceplac.gov
Pesquisa pretende definir alternativas tecnológicas de produção de baixo custo, compatível com a realidade do produtor rural
A pupunheira ainda é comercialmente desvalorizada, apesar de ser uma espécie multiuso e a única palmeira cujas populações na América Tropical são consideradas domesticadas ou em domesticação. A Embrapa Rondônia vem conduzindo projetos de pesquisa com a pupunheira considerando: frutos frescos para consumo humano; frutos com alta potencialidade para extração de óleo para produção de biodiesel; matéria-prima para fabricação de ração animal e seleção de pupunheiras superiores para produção de palmito de boa qualidade.
O projeto de pesquisa “Sistema de produção de pupunha para a produção de frutos em regime de agricultura familiar”, pretende definir alternativas tecnológicas de produção de baixo custo, compatível com a realidade do produtor rural, como forma de aumentar a segurança dos investimentos no empreendimento agrícola.


Frutos para consumo
Considerada como uma das palmeiras de uso múltiplo em futuro próximo, atualmente, a produção de frutos comestíveis in natura de pupunha é direcionada exclusivamente para subsistência das populações nativas, mercados locais ou regionais. As informações disponíveis sobre os recursos genéticos da pupunheira para produção e qualidade de frutos ainda são restritas.

Segundo a pesquisa, as principais características consideradas para orientar a pesquisa na seleção de fruto fresco de pupunha são: cachos médios a grandes; frutos de tamanho médio, preferencialmente com mesocarpo (polpa) carnosa, pouco fibrosa, textura firme a média, oleoso a moderadamente oleoso, cor da casca de vermelha a alaranjada, fácil cozimento e descascamento dos frutos.

Produção de biodiesel e ração
De acordo com o estudo, no atual cenário de prospecção e domesticação das plantas chamadas de “oleaginosas alternativas”, é impressionante que as populações de pupunheira, que se diferenciam pela alta produtividade de frutos e pelo processo de domesticação avançado, tenham atraído apenas esforços pontuais da pesquisa agrícola.

O levantamento diz que associado ao vigor das plantas e à tolerância ao déficit hídrico temporário de algumas regiões da Amazônia brasileira, a pupunheira tem potencial para produção de óleo superior a muitas outras espécies oleaginosas, podendo inclusive, substituir o dendê em áreas com menor incidência de chuvas.

Para o aproveitamento integral da potencialidade da pupunheira para a extração de óleo, e a consequente viabilidade agroeconômica da atividade, é fundamental a seleção de plantas que apresentem boa produtividade de frutos, com alto teor de matéria seca associada à alta porcentagem de óleo. Outro diferencial é o subproduto da extração do seu óleo, uma torta rica em amido (aproximadamente 65%), fibras (cerca de 15%), proteínas (em torno de 15%), cinzas e outros (5%) que pode ser usada na fabricação de ração animal, diminuindo a dependência regional das rações industrializadas à base de milho e soja.

Por ser uma espécie nativa, a pupunheira pode ser usada para a recomposição da Área de Reserva Legal nas propriedades rurais, em cultivo solteiro ou consorciado, podendo se tornar uma alternativa viável e racional para a produção comercial de frutos destinados a extração de óleo e subprodutos.

As ações do projeto, iniciadas em 2008, contemplam a avaliação nutricional das plantas por meio de níveis de adubação química, monitoramento e controle da ocorrência de insetos-pragas, doenças e plantas invasoras, métodos de colheita e pós-colheita, produtividade, controle e análises dos custos variáveis de produção e comercialização. O objetivo é publicar um sistema sustentável de produção com o propósito de racionalizar o cultivo da pupunheira.

Avanços na propagação vegetativa
A propagação clonal da pupunheira por métodos tradicionais (enraizamento de perfilhos) é demorada e apresenta baixo índice de sucesso. Com o objetivo de desenvolver uma cultivar clonal de pupunheira, está em andamento, no Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Rondônia, uma pesquisa para estabelecimento de metodologias para a propagação vegetativa in vitro.

EMBRAPA RONDÔNIA

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