quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Artigo JC - "Garantia Safra disponível ao Amazonas"


AGRONEGÓCIOS

Garantia Safra disponível ao Amazonas

Depois de longos dez anos, finalmente e oficialmente o governo federal, por meio do MDA, estende o bom programa Garantia Safra ao Amazonas. Essa importante ferramenta de apoio aos pequenos agricultores familiares atingidos por adversidades climáticas somente beneficiava o nordeste brasileiro. Credito a culpa pela espera de inaceitáveis dez anos exclusivamente ao poder político local pelo distanciamento que ainda mantém do setor primário priorizando tão somente a defesa do Polo Industrial de Manaus. Entretanto, nem tudo está consumado, é preciso primeiramente que o governo estadual faça a adesão ao programa Garantia Safra. Se o governador Omar Aziz ouvir atentamente os técnicos do Sistema Sepror, que já possuem conhecimento suficiente da ferramenta, certamente ficará sensível e dará o aval para que o procedimento burocrático possa evoluir. É preciso chegar ao ouvido do governador que o maior desembolso financeiro, cerca de 85%, é do governo federal. O restante é de responsabilidade do estado, município e produtor (1%). Defendo que o estado assuma a parte dos municípios amazonenses com menor IDH. Hoje, o valor do benefício do Garantia Safra é de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais) pagos em cinco parcelas de R$ 170,00. Deve passar para mil. É um pequeno valor, mas certamente será de grande ajuda para os produtores nos momentos em que as grandes cheias e secas dos nossos rios afetam a vida do caboclo na área rural. O interessante é que, exclusivamente para o Amazonas, o Governo Federal (MDA) não vai exigir a comprovação da plantação, que é obrigatória para o produtor nordestino. Esse detalhe, o da não comprovação, também deve chegar ao ouvido do governador Omar Aziz, pois facilitará o posicionamento favorável à imediata assinatura ao termo de adesão. Nosso caboclo merece esse privilégio pelo fato de ter preservado a floresta ao mundo. Não é justo ser regularmente prejudicado pelas enchentes e secas, permanecendo no local com todas as adversidades, e não receber nada. Reconheço que o Garantia Safra é um grande avanço, mas para essa população do interior venho defendendo sistematicamente o inovador “seguro várzea”, algo semelhante ao seguro defeso que privilegia o pescador artesanal com quatro salários mínimos para não pescar determinadas espécies.

Mais uma missão ao IDAM

Não tenho dúvida alguma, nem poderia ser diferente, que o Garantia Safra deverá ser operado pelo Idam. O primeiro passo será a realização de uma verdadeira operação de guerra para viabilizar a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) aos mais de 250 mil produtores rurais do Amazonas, excluindo os pescadores que recebem o seguro defeso e os que já tiveram acesso a alguns créditos do Pronaf (tem o Proagro que já protege a produção caso seja perdida).  Diante desse novo desafio, volto a ratificar a necessidade de o IDAM ser o órgão mais bem estruturado do governo estadual. No caso do Garantia Safra, o IDAM passa a ser, mais uma vez, estratégico para ajudar o homem do interior e a captar os milhões disponibilizados pelo Governo Federal. O que falta para o poder executivo estadual entender essa realidade? Repito, estruturar o IDAM, é a certeza de trazer mais recursos federais ao Amazonas.

Vizolli e Guadagnin

A boa notícia do Garantia Safra foi anunciada pelo servidor do MDA, João Luiz Guadagnin, atual diretor daquele ministério. Guadagnin também disponibilizou ao Amazonas a possibilidade de ter um Plano Safra diferenciado. São duas boas novas notícias, mas temos de fazer o dever de casa. Será que vamos fazer? Eu acredito! Tudo isso aconteceu no auditório da Conab durante reunião ordinária do CEDRS. Com relação à aplicação do crédito rural, Guadagnin afirmou que o Amazonas vem encontrando dificuldades inclusive aumentando o índice de inadimplência. Imediatamente o Vizolli ponderou, e com razão, alegando que o vazio bancário no interior é um dos maiores motivos para esse quadro desanimador do crédito rural no estado. O diretor do MDA apresentou algumas alternativas para superar esse obstáculo, mas que infelizmente não serão aplicáveis no Amazonas. Já fiquei sabendo que o Banco Postal/BB ainda não irá operar o crédito rural, e nossos sindicatos da área rural não possuem estrutura para esse fim. O Brasil precisa entender que a dimensão geográfica do Amazonas comporta mais de quatorze estados brasileiros. Sendo equivalente a um continente, com grandes distâncias a ser percorrida pelo produtor rural, defendo a presença física de agentes oficiais (BB, BASA e CAIXA) nos 62 municípios, e não patrocinando as seleções de vôlei e times de futebol. Vamos deixar esse patrocínio para a iniciativa privada e investir, ainda mais, nos municípios com menor IDH.

Pai da Criança

Agradeço ao Muni por ter lembrado, durante reunião do CEDRS, que sempre defendi a implementação do Garantia Safra no Amazonas. Jamais passou pela minha cabeça ser o “pai da criança”, a única intenção é contribuir para interiorizar o desenvolvimento e reduzir a importação de alimentos básicos. Em síntese, garantir a soberania e a segurança alimentar local. Aproveito para deixar claro que não serei candidato a nada, apoiarei os que defenderem o setor primário de forma clara, verdadeira e objetiva. Por falar em política, lembro que, em 10/07/2012, a Frencoop, articulada pelos deputados Luiz Castro, Adjuto Afonso e Conceição Sampaio, aprovaram o Requerimento n. 128/2012 (assinado por todos os deputados estaduais) reivindicando o Garantia Safra. Também tenho conhecimento que o deputado federal Francisco Praciano defende essa bandeira. Alíria Noronha, durante evento do CEDRS, afirmou que a senadora Vanessa Grazziotin também está na luta, contudo, alerto aos políticos que a vitória não está completa, falta a adesão do governador Omar Aziz. Vamos aguardar!

 17.09.2013

Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com

 

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