domingo, 9 de fevereiro de 2014

Plantio de florestas é mais uma alternativa para produtor de Mato Grosso

Quando leio algo sobre a produção florestal, principalmente de TECA, lembro do entusiasmo do meu amigo e presidente da AFEAM, Pedro Falabella, que sempre defendeu essa bandeira, inclusive idealizou, junto com sua equipe, projeto interessante nesse sentido. Não tenho conhecimento da evolução dessa proposta da AFEAM no AM, mas, vendo os números de MT, tenho a convicção de que o Falabella tinha razão em apostar nessa atividade. 


Além de se destacar nas produções de soja, milho, algodão, girassol e pecuária, Mato Grosso é o maior produtor de teca do Brasil. O Estado tem potencial para ampliar o plantio de florestas, conforme identificou o Diagnóstico de Floretas Plantadas em Mato Grosso divulgado nesta sexta-feira (07/02) pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso - FAMATO. O estudo verificou que a produção florestal se desenvolveu 50% como uma atividade secundária nas propriedades agropecuárias, sendo um terço dos plantios voltados para consumo próprio nas fazendas.
A área de produção de teca no Estado corresponde a 64,82 mil hectares (ha), enquanto a de eucalipto totaliza 187,09 mil ha, representando um aumento de 34% e 271% respectivamente em relação ao espaço destinado a essas culturas em 2007 - último levantamento feito pela Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta).

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A madeira produzida é utilizada como fonte de energia, insumo para produção de papel e celulose, absorção de gás carbônico, fabricação de artefatos de madeira, móveis e outros. Entre os entrevistados na pesquisa, 29% disseram que escolheram investir na silvicultura por considerarem uma atividade economicamente viável. E 22% responderam que necessitavam de uma segunda atividade na propriedade. Apenas 7% receberam incentivos de empresas para produzir. Apesar de 58% dos produtores afirmarem que não pretendem aumentar a área plantada, 81% disseram que irão permanecer com a silvicultura na propriedade.
O trabalho identificou as oportunidades e ameaças dessa atividade. São informações importantes que servem de guia para futuros investidores. Entre as oportunidades estão o aumento da demanda por lenha em função do crescimento da construção de armazéns; áreas aptas para expansão do agronegócio; tendência de diminuição da produção de floresta nativa; aumento da produção integrada, como é o caso do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), e boas condições de crédito.

Presidente da FAMATO, Rui Prado, apresenta o estudo aos jornalistas do Estado


"Sabemos que muitos produtores rurais têm interesse em desenvolver o sistema iLPF. Com este diagnóstico, o objetivo da FAMATO é ajudá-los a entender mais sobre este atrativo mercado. Além disso, o governo federal criou linhas de crédito específicas, como o Programa ABC, para fomentar a produção de florestas, que entre as principais características está a sustentabilidade", afirma o presidente do Sistema Famato, Rui Prado.
Em relação às ameaças dessa atividade, o estudo apontou o seguinte: falta de políticas para atrair grandes indústrias em Mato Grosso; aumento de impostos estaduais; distância dos grandes centros consumidores; aumento do frete e falta de mão de obra especializada. "Apesar dos desafios, o agronegócio deve crescer pelo menos 50% nos próximos 10 anos e, com isso, haverá demanda para o plantio de florestas. O futuro da silvicultura continua promissor", observa o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.
O presidente da Arefloresta, Fausto Hissashi Takizawa, reforça a importância dos investimentos para a atividade que demanda tempo e dedicação. "No Brasil, o principal destino da madeira da teca, por exemplo, é a exportação. Hoje as principais dificuldades do setor são a logística e os investimentos. Para iniciar o plantio é necessário investimentos e incentivos para que os interessados se estabeleçam na atividade. Uma vez se estabelecido, o cenário melhora para todos", diz Takizawa.



Roteiro - Para a elaboração do diagnóstico, cinco equipes de pesquisadores do Imea aplicaram 63 questionários e percorreram 7,42 mil km em três semanas. As áreas de teca e eucalipto visitadas somaram 106,63 mil ha, o que corresponde a 42% da área total de produção destas culturas no Estado.

O trabalho foi desenvolvido pelo Imea, a pedido da FAMATO, e contou com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT)  e da Arefloresta.

Para ver a apresentação completa, acesse:
O Diagnóstico de Florestas Plantadas de Mato Grosso pode ser visualizado no link abaixo:


Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso - FAMATO
http://sistemafamato.org.br/

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