quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Residência Agrária: Tecnologias para cultivo de feijão-caupi, milho e mandioca são levadas a 21 municípios do Amazonas


Projeto coordenado pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) em parceria com a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) está colocando em prática nova forma de levar conhecimentos técnicos e inovações tecnológicas a 21 municípios do Amazonas. O foco são as culturas alimentares de milho, mandioca e feijão-caupi (feijão de praia). Com o projeto se pretende melhorar os sistemas de produção dos agricultores familiares, a fim de que tenham mais produtividade, renda e possam melhorar a qualidade de vida, além de aumentar a oferta desses alimentos no interior do estado.
As atividades fazem parte do projeto “Estratégias de socialização e transferência de conhecimentos para adoção de inovações tecnológicas nas culturas alimentares pelos agricultores familiares do Estado do Amazonas”, também chamado de “Culturas Alimentares/Residência Agrária”.
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Ações dessa natureza merecem nosso reconhecimento. A produção de milho e feijão deve ser intensificada no Amazonas a fim de reduzir a quase total dependência de outros estados 
UCCC mostra uso de espaçamento adequado para plantio de mandioca no município de Beruri . Foto: Manoel Neto.
O projeto tem a coordenação da Embrapa Amazônia Ocidental e a parceria do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam) e a Sepror, que darão apoio técnico e logístico aos técnicos do projeto em cada município. Os recursos são financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), através do Programa estratégico de transferência de tecnologias para o setor rural (Residência Agrária/Pró-Rural).
O pesquisador da Embrapa, Inocencio Junior de Oliveira, coordenador do projeto, explica que as inovações tecnológicas apresentadas aos agricultores são adequadas à realidade das condições socioambientais do Amazonas. Essas inovações incluem desde sementes de variedades melhoradas e recomendadas para cultivo no Amazonas, até procedimentos de tratos culturais, como por exemplo a densidade de plantas adequadas para cada cultura, o controle de plantas daninhas no momento adequado, a correção da acidez do solo, os níveis e períodos de adubação em cada cultura.
A pesquisadora da Embrapa Mirza Carla Pereira ressalta que “esse projeto é considerado uma estratégia piloto de transferência de tecnologia para complementar a atuação da assistência técnica no interior do estado”. Ela explica que a metodologia traz uma nova forma para a transferência de tecnologia, pois envolve a capacitação dos técnicos em conhecimentos específicos para atuarem sob orientação da Embrapa na assistência técnica aos agricultores familiares exclusivamente nessas três culturas alimentares. “Com isso a relação técnico e agricultor será mais fortalecida pela presença frequente do técnico no campo e trará melhores resultados nos sistemas de cultivo dos agricultores”, explica Mirza. Espera-se que por meio dos técnicos se alcance mais de 6 mil agricultores familiares, durante três anos.


A socialização dos conhecimentos se dá por meio dos técnicos orientados pela Embrapa e das Unidades de Construção do Conhecimento Coletivo (UCCC), que são áreas demonstrativas implantadas com as tecnologias e manejos recomendados para plantios de milho, feijão-caupi e mandioca, seguindo as orientações de pesquisas realizadas pela Embrapa no Amazonas. Essas UCCC estão sendo instaladas em propriedades de agricultores familiares selecionados como multiplicadores. Nesses locais será mostrado de forma prática, através de cursos, treinamentos e visitas, como podem ser utilizadas essas inovações tecnológicas dos sistemas de produção de feijão-caupi, milho e mandioca. Os agricultores selecionados como multiplicadores atendem a critérios para que a partir deles seja possível o técnico criar um grupo de outros agricultores próximos também interessados na cultura.
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Visita técnica a UCCC no município Itapiranga
As orientações técnicas repassadas por pesquisadores da Embrapa aos técnicos contratados pelo projeto são colocadas em prática nas UCCC, que servem de instrumentos didáticos de treinamento e capacitação prática dos agricultores no município.
Antes de assumir suas atividades no respectivo município, os técnicos foram capacitados pela equipe da Embrapa em setembro de 2013 e atualmente estão residindo nos municípios, onde ficarão por três anos, como estratégia de melhorar a interação com os agricultores na socialização e troca de conhecimentos.
Com a adoção dessas tecnologias espera-se aumentar a produtividade das culturas e demonstrar aos agricultores a viabilidade de utilizar continuamente a mesma área por mais tempo, evitando desmatamentos.
Os 21 municípios contemplados pelo projeto “Culturas Alimentares/Residência Agrária” são Itapiranga, Novo Airão, Caapiranga, Beruri, Borba, Tefé, Uarini, Japurá, Maraã, Ipixuna, Guajará, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, Apuí, Humaitá, Eirunepé, Envira, Itamarati, Canutama e Tapauá.
O projeto “Culturas Alimentares/Residência Agrária” iniciou as viagens para o interior do Amazonas neste mês de fevereiro a fim de acompanhar e orientar as atividades que estão sendo desenvolvidas pelos técnicos. O primeiro município a ser visitado pela coordenação do projeto foi Itapiranga, a cerca de 330 km da capital Manaus. A viagem ocorreu nos dias 10 e 11 de fevereiro.
Novas visitas - No próximo dia 17 de fevereiro será a vez do município de Novo Airão. Neste primeiro semestre serão visitados todos os 21 municípios que integram o projeto. Nestas viagens, a coordenação do projeto formada pelos pesquisadores da Embrapa, Inocencio Junior Oliveira e Mirza Carla Pereira, faz articulação com parceiros locais e orienta a implantação e condução das Unidades de Construção do Conhecimento Coletivo (UCCC) nos municípios.
Nos 21 municípios são implantadas Unidades de Construção do Conhecimento Coletivo, para feijão, milho e mandioca, em propriedades diferentes, tanto em várzea quanto em terra firme. As culturas de milho, feijão-caupi e mandioca são consideradas de ciclo curto, por isso são plantadas a cada ano. Por exemplo, a lavoura de feijão-caupi dura cerca de 80 dias, a de milho em grão 120 dias, a de milho verde 80 dias e a de mandioca fica de 8 a 12 meses.
Além das UCCC, outra meta do projeto é cada técnico acompanhar diretamente 100 unidades produtivas por ano, ou seja 100 propriedades de 100 agricultores em cada município.
Com essa estratégia a previsão é que cada um dos 21 técnicos possam acompanhar diretamente 300 unidades, em três anos do projeto, totalizando 6.300 agricultores, com orientações sobre as inovações tecnológicas que tornem os sistemas produtivos de milho, feijão-caupi e mandioca mais eficientes e mais produtivos.
Para realização das atividades também serão buscadas em cada município parcerias de apoio técnico junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Amazonas (Ifam), além do apoio logístico das Prefeituras locais.
Fonte: Embrapa

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