A abertura de linhas de crédito para a reconstrução de instalações agrícolas
afetadas pelas enchentes de junho é a reivindicação da Federação da Agricultura
e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) para atender cerca de 1,5 mil
famílias rurais prejudicadas.
Em junho, o território
catarinense teve recorde histórico em precipitações pluviométricas. No Oeste,
Meio Oeste, Planalto Norte e Alto Vale do Itajaí, o acumulado de chuva superou
os 500 milímetros, representando o triplo da média histórica esperada para o
mês. Em 20 dias, ocorreram duas enchentes: uma no Vale do Itajaí e Planalto
Norte no início do mês e, outra, a pior desde 1983, no Rio do Peixe, Planalto
Sul e Vale do Itajaí, na última semana de junho.
De acordo com o Centro
de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina
(CIRAM), o último evento severo de chuva foi causado por sistemas meteorológicos
instáveis que ficaram estacionados em Santa Catarina, durante quase uma semana,
provocando chuva persistente e intensa na maior parte do Estado. A região onde
mais choveu foi o Oeste, com valores acima de 400 mm, chegando a 430 mm em
Chapecó, cuja média climatológica é 175 mm para junho.
O presidente da
Faesc, José Zeferino Pedrozo, expôs que, neste ano, as perdas não foram grandes
na produção porque não há, nessa época do ano, grandes culturas no campo. A
exceção é o trigo, cereal típico do inverno, mas cultivado nos lugares elevados,
não atingidos pela enchente.
No segmento leiteiro, a previsão é de
redução da produção em consequência da diminuição do alimento, pois grande parte
das pastagens foi afetada pelo excesso de chuva. Pelo menos 40% dos criadores
terão aumento de gasto com a alimentação das vacas, pois o estrago nas pastagens
exigirá maior aquisição de ração.
Os grandes prejuízos este ano localizam-se na estrutura produtiva, como nas
instalações agrícolas, nos aviários, criatórios de suínos, estábulos, paióis,
armazéns, residências, entre outros.
– As famílias rurais sofreram e
sofrem com essa verdadeira hecatombe hídrica e precisam de apoio para o reparo
de suas propriedades e a volta ao trabalho – coloca o presidente.
Em
razão desse quadro, a Faesc propõe que o Banco do Brasil crie uma linha especial
para a realocação e a construção de instalações agrícolas, oferecendo condições
facilitadas de prazos de encargos financeiros. Pedrozo lembra que o déficit
habitacional rural catarinense, estimado em 17.000 habitações, foi ampliado com
as cheias de junho.
FAESC
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