São essas manchetes que preocupam, pois passam a falsa impressão de que tudo no interior vai de vento em popa. Esses recursos mencionados no EM TEMPO são da AFEAM. A iniciativa é boa, mas não muda a histórica dependência econômica do Amazonas ao PIM/ZFM. Esse valor é insignificante para um estado com 273 mil agricultores familiares e 1,3 milhão passando fome. Esse tipo de manchete esconde, atrasa, posterga a urgente necessidade de mudar o histórico do crédito rural no Amazonas. Além de bem abaixo da necessidade, sabemos que boa parte desses 52 milhões não chegarão ao campo, e muito do que chegar ficará inadimplente. Enquanto a "Compensa" não despolitizar o IDAM, enquanto a "Compensa" não realizar o Concurso Público, enquanto não remunerar os técnicos dignamente, principalmente os lotados nas UL's mais distantes, o interior vai continuar empobrecendo, e os problemas na capital se agravando. Não estou falando mal da AFEAM, conheço bons profissionais que lá trabalham e bons programas. O que estou afirmando, e fico preocupado, é o marketing excessivo da "Compensa" em cima de um número (52 milhões) inexpressivo, que não vai ser aplicado, não vai chegar nos municípios mais distantes, deixou fora cadeias que deveriam ser prioritárias (o ideal seria jogar esses 52 milhões apenas nas cadeias das fibras de malva, juta e piaçava e borracha). Sei que a piscicultura é um potencial, mas sem resolver a questão do milho e da soja, ou seja, da ração, o meu amigo Geraldo Bernardino já disse há muitos anos que a piscicultura familiar não evolui, isto é, é coisa pra grande empresário.
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