Audiência discutiu abatedouros clandestinos do interior do Estado
O presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Magalhães Júnior, participou nesta segunda-feira, 15 de abril no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) de Audiência Pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente da Aleam, presidida pelo deputado estadual Luiz Castro (PPS), e também presidente da Frencoop (Frente Parlamentar do Cooperatismo do Amazonas), para discutir a situação dos municípios amazonenses abastecidos com carne oriunda de abatedouros clandestinos.
Petrucio Magalhães declarou que as cooperativas podem ser importantes instrumentos do setor produtivo, desde que estejam organizadas, para gestão público/privada dos abatedouros nos municípios, e está disposto a colaborar para reverter o problema do abate clandestino no estado. “Entendo que além de ser um problema ambiental e de saúde pública, a comercialização de carne abatida clandestinamente, sem a devida inspeção de profissional habilitado é muito séria”, afirmou o presidente.
Além disso, o presidente do Sistema OCB/AM defendeu a necessidade de segurança jurídica para os empreendedores do setor primário, pois sem abatedouro regular não é possível garantir investimentos, trabalho e renda no estado. "Somos contra o abate clandestino e a favor da pecuária moderna, com tecnologia, genética e o manejo sustentável visando a qualidade da carne. É possível fazer pecuária sem o desmatamento, apenas com tecnologia", disse Petrucio.
Para o deputado Luiz Castro, resolver o problema dos abatedouros clandestinos exige a integração de esforços técnicos e financeiros por parte dos governos federal, estadual e municipal. “Os entes devem estar unidos em prol da instalação e regularização dos abatedouros, que precisam passar por inspeções municipais constantes, de forma a garantir a qualidade da carne oferecida ao consumidor”, afirmou o parlamentar.
O presidente da Faea (Federação da Agricultura do Estado do Amazonas), Muni Lourenço declarou-se contra a instalação do alarmismo que venha colocar uma imagem negativa ao segmento que tem cadastradas 20.000 mil propriedades, envolvendo um contingente de 100 mil pessoas.
“Nossa posição como representante legitima da classe patronal agropecuária, é que somos terminantemente contra o abate de gado de forma clandestina. Por vários fatores, como o caso de saúde pública, a questão ambiental, questão de interesse do produtor, porque normalmente o gado que é abatido de forma clandestina tem origem de furto”, disse Muni Lourenço.
“Nossa posição como representante legitima da classe patronal agropecuária, é que somos terminantemente contra o abate de gado de forma clandestina. Por vários fatores, como o caso de saúde pública, a questão ambiental, questão de interesse do produtor porque normalmente o gado que é abatido de forma clandestina ele tem origem de furto de gado, o abigeato”, disse em audiência pública, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas, Muni Lourenço.
A preocupação com a saúde pública e os riscos de contaminação dos rebanhos, do homem e do meio ambiente foram alguns dos temas tratados no encontro. Como resultado da audiência pública, uma reunião será marcada, na próxima segunda-feira, dia 22 às 15h, na Aleam, com representantes de Prefeituras e Câmaras Municipais do interior, IPAAM, ADAF, CRMV/AM, FAEA, Ministério da Agricultura, Prefeitura de Manaus, dentre outros.
De acordo com dados do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), dos 62 municípios amazonenses, apenas Manaus, Parintins, Itacoatiara, Boca do Acre, Iranduba e Manacapuru possuem abatedouros regularizados. Nos demais municípios, o abate do rebanho é feito em locais irregulares, quase sempre improvisados, sem higiene e sem a vistoria do médico veterinário, que é o profissional habilitado para a análise da sanidade dos produtos de origem animal.
Fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Daniel Bez defendeu o fechamento imediato dos abatedouros que funcionam de forma irregular nos municípios. “A repressão é necessária para resguardar a saúde pública”, disse, lembrando que, após denúncias e a comprovação de atividade irregular, todos os cinco abatedouros do município de Apuí foram interditados.
Com um rebanho aproximado de 1,4 milhão cabeças de gado, o Amazonas produz uma média de 31 mil toneladas de carne por ano, segundo informações do diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (ADAF), Sérgio Muniz, também presente na audiência.
O presidente do CRMV, Paulo Alex, lamentou a carência de médicos veterinários no interior, para a realização do trabalho de vistoria dos animais abatidos.“É ele que constata se o animal está livre de doenças como a tuberculose e a brucelose, contraídas pelo homem por meio do consumo da carne de animais contaminados”, disse, lembrando que apenas 28 profissionais registrados no Conselho trabalham atualmente nos municípios do interior.
Fonte: Sistema OCB/Sescoop-AM
Texto: Eliezer Favacho/Coopcom - Cooperativa de Comunicação do Amazonas, assessoria de imprensa do deputado Luiz Castro e da Faea
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