segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

IBGE divulga pesquisa e revela que o Açaí foi responsável por 49% do valor da produção extrativa vegetal do Amazonas


  Data: 05/12/2013  
   
     
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) lançou os resultados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, nesta quinta-feira (05/11), na qual revela que em dez anos, os produtos alimentícios da extração vegetal no Amazonas, aumentaram 700%, passando de 10 mil toneladas em 2003 para 82 mil toneladas em 2012. Neste grupo, o principal destaque ficou para outros (produtos) com um aumento de 100% em virtude da inserção neste grupo de buriti (polpa), tucumã e taperebá que foram considerados na pesquisa de 2012, embora haja grandes limitações para se fazer estatísticas desses produtos. Uma vez que, como não há um centro abastecedor, tais produtos entram no mercado pelas mais diversas direções; o que impossibilita definir as quantidades totais e sua respectiva origem. A produção de castanha-do-Pará (nome mais usual) também cresceu 15% no período. Houve melhoras nas fontes de informação em especial no município de Beruri onde foi verificada que a produção não alcançava os patamares anteriormente divulgados. 

As borrachas têm um único produto no Amazonas que é a hévea látex coagulado (borracha) que teve uma queda -23% em dez anos. Pois se trata de um produto que tem pouca demanda de mercado e conseqüentemente não incentiva os produtores.

As fibras tiveram uma queda expressiva em sua produção (-71%), quase inteiramente culpa da piaçava (-74%), produto que vem perdendo representatividade de ano para ano no Amazonas. 


As gomas tiveram queda expressiva (-98%) quase zerando sua produção no Estado. Tudo em decorrência do abandono na exploração da balada, da maçaranduba e da sorva.

Outros produtos que tiveram quedas expressivas foram carvão vegetal (-68%), Lenha (-60%) e madeira em tora (-18%).

Produção em relação ao ano anterior

Na comparação com o ano anterior, os produtos alimentícios da Extração Vegetal amazonense em 2012 tiveram uma queda expressiva de 21%, puxada pelo açaí (-20%) e pela castanha (-28%). O açaí teve diminuição em virtude dos prejuízos causados pela maior enchente já registrada no Amazonas ocorrida em 2012 que motivou a queda de 89 mil toneladas em 2011 para 71 mil toneladas em 2012. Porém em 2013 presume-se que a produção apresente uma recuperação devido a melhores condições climáticas e de mercado; inclusive com o lançamento de novos produtos à base de açaí por grande companhia do setor de bebidas. Além disso, municípios como Codajás e Humaitá, têm apresentado produção crescente, inclusive com ocorrência de plantio de açaizais em detrimento da coleta do produto de palmeiras nativas que estará sendo substituída nos próximos anos.

Na produção de castanha-do-pará a queda de 14 mil toneladas em 2011 para 10 mil toneladas em 2012 foi provocada principalmente na melhora das fontes de informação em especialmente em alguns municípios que com melhor sistema de produção vêm possibilitando a coleta de melhores dados. Nota-se que a diminuição na produção (-28%) se deve em parte a programas governamentais de auxílio às famílias de baixa renda, como o bolsa-família que acaba desestimulando a população rural a fazer a coleta de determinados produtos.

A produção de piaçava aumentou um pouco. Em 2011 a quantidade produzida foi de 2.040 toneladas e a de 2012 foi de 2.209 toneladas, um aumento de 8%. A Bahia já é de longe o maior produtor de piaçava do país. Cerca de 40% da produção na Bahia é de plantio de acordo com compradores de piaçava da região de Barcelos que apresentam atividades na Bahia também. Já a produção do Amazonas é toda de palmeiras nativas. O uso dado à piaçava da Bahia e do Amazonas é distinto sendo que a da Bahia pode ser utilizada para coberturas de quiosques enquanto a do Amazonas, de qualidade inferior, é utilizada predominantemente para a confecção de vassouras. Mas, quando se analisa os últimos anos, percebe-se uma tendência de queda na produção deste produto. Nas Outras Fibras, a produção referente, sobretudo a cipó-titica utilizado na confecção de vassouras, cestos e outros artigos artesanais. O carvão vegetal e lenha tiveram diminuição em virtude de maior atuação de órgãos de controle ambiental. Com relação aos óleos vegetais, a falta de organização do setor produtivo causa uma variação considerável na produção de um ano para outro. Em Apuí, Lábrea, Novo Aripuanã e Humaitá houve diminuição expressiva da produção em função da descontinuidade de atuação na extração de grande parte dos produtores causando dificuldades na comercialização. Para os óleos vegetais, a falta de organização do setor produtivo causa uma variação considerável na produção de um ano para outro. Melhora nas fontes de informação, sobretudo em Carauari em que foi observado que o município não alcança os patamares de produção ocupados anteriormente.

O Amazonas produziu em 2012 cerca de 716 milhões metros cúbicos de madeira em toras com um aumento de 5% em relação ao ano anterior. O que colocou o Estado na sexta posição nacional que é liderada pelo Estado do Pará com 4,8 bilhões de metros cúbicos. A receita gerada pela madeira em tora e no Estado foi de 45 milhões de reais. Já lenha foi produzida 994 milhões de metros cúbicos, gerando 6,8 milhões de reais em valor de produção.

Outros comentários

Apesar de sua imensa diversidade vegetal, o Amazonas produziu em 2012 apenas 168 milhões de reais na sua Extração Vegetal e Silvicultura. Isso o colocou em sexto lugar no ranking nacional. E muito abaixo do Pará, primeiro colocado com 1,2 bilhão de reais.

O látex coagulado (que conhecemos como borracha) é um produto em que o Amazonas se destaca com maior produtos. No entanto pouco agrega valor, uma que sofre uma eterna falta de demanda de mercado. E a conseqüência é a baixa produção e pouca exploração do produto pelos extrativistas amazonenses.

O Amazonas é o segundo Estado que mais produz o açaí. Produto do extrativismo que melhor vêm conquistando os mercados. O que indica forte demanda presente e futura. Fazendo com que haja necessidade de maior investimento em pesquisa e melhoria da qualidade e quantidade do produto. Só o açaí foi responsável por 49% de todo valor da produção extrativa do Amazonas, foram 84 milhões de reais que a cultura produziu. Mesmo a despeito da desorganização existente em todas as etapas de sua produção.

A castanha-do-pará é um outro importante produto do extrativismo local. A produção de 10,4 mil toneladas gerou uma receita de 20,7 milhões de reais, equivalente a 12% do valor total da produção vegetal do Estado. No entanto, a quantidade produzida vem variando para baixo nos últimos anos. O que indica que a demanda vem reduzindo, causando o desestimulo do produto.


Fonte: IBGE – Unidade Estadual no Amazonas
Supervisão de Disseminação de Informações

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