quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Coopema calcula danos da cheia mas festeja verba para ampliação


Produtores de cidades banhadas pelo rio Madeira, no interior do estado do Amazonas, estão enfrentando sérias dificuldades devido à cheia deste ano e perdendo parte considerável de suas produções. Este o caso relatado pela Cooperativa dos Produtores Agropecuários e Extrativistas dos Recursos Naturais do Município de Manicoré (Coopema), presidido por Valter Perin.
O dirigente afirmou que as safras de melancia e banana, carros-chefes da cooperativa já estão 80% perdidas. “Em termos de toneladas, a banana soma perda de 45 toneladas e as melancias, aproximadamente três milhões de frutos. Só quem tem parte de frutos e verduras em área de várzea está, até o momento, a salvo dos danos ou terão menos perdas”, considerou Perin, que estima um prejuízo que pode chegar a R$ 1 milhão.  
O presidente da Coopema explicou que, da produção da banana, do tipo pacovã, 10% são consumidas na cidade de Manicoré e 90% vêm para Manaus, para consumo local em feiras e fornecimento para a Secretaria Municipal de Educação (Semed), Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do governo federal.
“Em relação à produção de melancia, temos de esperar o nível das águas baixar para saber de quanto foi o comprometimento do fruto, porque há casos em que fungos  atacam e a safra fica integralmente comprometida”, avaliou.  


Mas nem tudo é notícia ruim. O presidente revelou que os 66 cooperados da Coopema está vislumbrando outros meios de investimento, a partir da liberação de recursos da ordem de R$ 1,5 milhão, pelo qual terá, com base em contrato, que se comprometer com a contrapartida de R$ 300 mil. A liberação dos recursos foi mediada pelo Banco do Brasil, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), processo que perdurou três anos.
O dinheiro vai possibilitar a construção de um galpão, que está orçado em R$ 45 mil, o restante vai ser investido na compra de maquinário para beneficiamento de polpas de fruta, como cupuaçu e açaí. As máquinas são, entre outras, câmara frigorífica, despolpadeira, lavadores e limpadores de frutos, empacotadeira, vaporizador e um laboratório para atestar a qualidade das frutas.
“O açaí com o qual estamos trabalhando é oriundo de área extrativista, quase 80% dele. Nosso mercado será local e com foco na merenda escolar. Não queremos fornecer para grandes empresas para que elas beneficiem, queremos nós fazermos isso e conquistar mercado”, garantiu.
Ainda este semestre, a fábrica deverá estar em pleno funcionamento, gerando emprego a cerca de 30 pessoas e renda para os cooperados. 

Texto: Carla Santos – Jornalista Coopcom/AM
Fonte: Sistema OCB-Sescoop/AM

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