Vinte municípios do Amazonas estão contemplados
no projeto “novas tecnologias para dinamização da produção da borracha natural
no Amazonas”, cujo objetivo é ampliar a produção da borracha natural neste
Estado a partir do uso de novas tecnologias, que permitem cultivar seringueira
na região com plantas mais produtivas que as dos seringais nativos.
A opção de cultivos permite ainda que possam ser
feitos plantios em áreas mais acessíveis para extração do látex, facilitando
tanto o trabalho dos seringueiros quanto o escoamento da produção para
indústrias. Outra diferença entre os cultivos e as árvores nativas, é o tempo
para a sangria do látex. Enquanto na floresta as árvores ficam afastadas umas
das outras e o serviço de sangria demora horas pela madrugada; no cultivo, as
árvores ficam mais próximas entre si e o trabalho pode ser feito em sequência de
segundos, facilitando a vida do seringueiro.
Os vinte municípios contemplados com o projeto
são Boca do Acre, Borba, Canutama, Carauari, Coari, Eirunepé, Fonte Boa,
Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Juruá, Jutaí, Lábrea, Manacapuru, Manicoré,
Maués, Novo Aripuanã, Pauini, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga
O projeto tem a coordenação da Embrapa Amazônia
Ocidental (Manaus,AM) e conta com ações integradas de extensão, pesquisa,
desenvolvimento e inovação tecnológica, envolvendo como parceiros institucionais
o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do
Amazonas (Idam) e a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror).
O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental,
Everton Cordeiro, coordenador do projeto, explica que com esse projeto serão
realizadas atividades de capacitação de técnicos e atendimento de assistência
técnica a aproximadamente 6.000 seringueiros, além de compartilhar novas
tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. O pesquisador destaca que essas
tecnologias tem o potencial de incrementar a produção de borracha natural do
Amazonas, através de plantios com seringueiras tricompostas resistentes ao mal
das folhas, doença que prejudica o cultivo na região de floresta tropical
úmida.
A Embrapa Amazônia Ocidental irá capacitar os
produtores atendidos pelo projeto com o intuito de torná-los detentores dessas
novas tecnologias para a cultura da seringueira. Essas capacitações incluem o
preparo de jardim clonal e viveiro, enxertia, produção de mudas tricompostas,
manejo do seringal, técnicas de sangria, de coleta e de armazenamento de
borracha natural.
Uma das premissas do projeto é a melhoria da
qualidade de vida dos agricultores por meio da elevação da produção de borracha
natural no Estado. As áreas de plantio deverão ser de fácil acesso, em áreas já
anteriormente degradadas, próximas as moradias dos trabalhadores envolvidos e de
tamanho pequeno, em torno de 2,0 ou 3,0 hectares, a fim de garantir a uma
família condição de desenvolver suas atividades rotineiras, ao tempo que lhes
garantirá uma produção anual de borracha superior a 3.000 kg de borracha
seca/ano. Para isso, serão plantadas seringueiras resultantes de combinações de
clones de copa resistentes ao mal das folhas com o clone de painel (tronco) de
maior produção e de melhor qualidade.
Os jardins clonais (plantios formados com mudas
de clones de matrizes selecionadas) começam a ser preparados no campo
experimental da Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus. Uma capacitação inicial
ocorreu em 2013 e estão previstas novas capacitações a partir do mês de março de
2014.
Em todos os 20 municípios selecionados para a
atuação do projeto serão instalados novos plantios de seringueiras resistentes
ao mal das folhas. A escolha das áreas se dará pela ação conjunta entre os
técnicos da Embrapa, Idam e Sepror em parceria com os produtores rurais
atendidos.
Com o apoio do Idam e Sepror serão estabelecidos
os contatos com as comunidades e produtores identificados para o recebimento de
assistência técnica e extensão rural, específicas para a heveicultura. Serão
focados nos municípios selecionados, comunidades e produtores tradicionalmente
ligados a atividade, bem como novas regiões dispostas ao cultivo da seringueira.
O Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) foi consultado e manifestou interesse
em apoiar o projeto, com assessoria e informações para a escolha de áreas e
produtores.
Esse projeto conta com financiamento da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), selecionado em edital do
Programa estratégico de transferência de tecnologias para o setor rural
(Pro-rural). Sua vigência irá até agosto de 2016.
No projeto, a Embrapa Amazônia Ocidental é
responsável pela coordenação, capacitação técnica e fornecimento de material
vegetal para a formação dos jardins clonais e plantios de novas áreas de
seringueira. O Idam é responsável por assessoria, capacitação técnica e apoio de
infraestrutura. A Sepror tem atribuições de assessoria, capacitação técnica e
apoio logístico.
Como equipe de apoio, o projeto conta com três
Agentes de Transferência Tecnológica com nível superior completo em Engenharia
Florestal ou Engenharia Agronômica e 17 Agentes de Transferência Tecnológica com
nível médio completo em Tecnologia Florestal ou Tecnologia Agrícola. Essa equipe
foi selecionada, priorizando residentes no próprio município ou que tenham
disponibilidade de morar nesses locais visando a fixação do técnico após o
término do programa e continuidade da atividade em cada município.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa)


Nenhum comentário:
Postar um comentário